Varejistas estão mais confiantes em BH

Os comerciantes belo-horizontinos estão com um olhar mais positivo sobre seus negócios, mesmo diante das dificuldades da economia brasileira e mundial. Tal percepção é revelada pelo Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), que teve um aumento de 3,8 pontos em maio, quando comparado ao mês anterior, atingindo 122,6 pontos.
O principal indicador responsável por esse resultado positivo é o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), que atingiu, em maio, o valor de 109,1 pontos, 7,5 pontos superior ao observado em abril. O Icaec mostra a percepção dos empresários do setor no presente e é determinante para a definição de níveis de investimentos.
Segundo a Fecomércio-MG, ele refletiu principalmente a redução da taxa de desemprego, que, segundo o IBGE, atingiu o valor de 10,5% no trimestre móvel encerrado em abril. Além disso, dados da Pesquisa Mensal do Comércio revelam que o varejo, apesar do cenário desafiador dos dois primeiros meses do ano, encerrou o primeiro trimestre com evolução nas vendas.
“São notícias positivas que o empresário leva em conta para formar sua avaliação atual. A taxa de desemprego é a menor desde 2016 e isso faz com que as expectativas do setor melhorem de forma geral, uma vez que o emprego reflete diretamente na intenção de consumo da população. Além disso, o volume de vendas no varejo ampliado cresceu 4,2% frente a abril do ano passado. O crescimento acumulado do ano é 2% e o dos últimos 12 meses é de 2,4%”, informou o economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida.
No entanto, segundo o economista, esse contexto positivo não exclui o ambiente desafiador que os empresários do comércio têm pela frente. “Eles estão conscientes de que indicadores como os de emprego e renda podem afetar seu volume de vendas nos próximos meses, principalmente em decorrência da proximidade com o período eleitoral, que traz incertezas políticas”, ressaltou Almeida.
O economista da Fecomércio acredita que a pressão sobre os preços continuará até o fim do ano, em decorrência de suas próprias origens, como é o caso do conflito na Ucrânia e a política de zero Covid imposta pela China. “Tudo isso gera paralisações nas cadeias produtivas e uma política monetária mais restritiva em todo o mundo, o que acaba fazendo com que o Banco Central aumente ainda mais as taxas de juros no Brasil”, disse.
Investimentos
Segundo o levantamento da Fecomércio, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (liec) também registrou aumento em maio. Ao todo, 62,7% dos empresários consultados estão mais dispostos a investir em seu negócio, o que representa um crescimento de 4,8 pontos em relação ao mês anterior. O destaque fica por conta das empresas de maior porte, para as quais o nível de investimento subiu 5,3 pontos no período analisado.
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec), por sua vez, se manteve estável no período. 74,3% dos empresários se dizem mais otimistas em relação ao cenário econômico, enquanto 90,1% acreditam que as vendas irão melhorar. Esse índice revela as impressões em relação ao futuro e indica a tendência dos empresários em realizar contratações e expansões em curto prazo.
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