Economia

Conheça iniciativas inovadoras de varejistas mineiras para autoprodução de energia renovável

Empresas como Mart Minas e Assaí Atacadista investem em autoprodução e revelam benefícios para além da sustentabilidade
Conheça iniciativas inovadoras de varejistas mineiras para autoprodução de energia renovável
Rede Mart Minas concluiu este ano, em parceria com a Cemig, negociação do primeiro contrato de autoprodução de energia do Estado | Crédito: Divulgação Mart Minas

As empresas varejistas estão cada vez mais engajadas com a utilização de energia renovável, provenientes de fontes eólicas, solares, de biomassa ou até de pequenas centrais hidrelétricas. Além de sustentáveis, as iniciativas também proporcionam uma gestão mais eficiente dos custos operacionais, beneficiando tanto empresas que adquirem energia limpa quanto aquelas que geram a própria energia ao apostarem na autoprodução.

A democratização do uso ocorre após a abertura do mercado livre de energia em janeiro deste ano. A modalidade permite que empresas possam ter uma economia de até 35% na fatura, além de garantir maior flexibilidade aos clientes que atuam em alta e média tensão com instalações a preço inferior quando comparadas ao mercado regulado.

Segundo o gerente de Prospecção e Relacionamento com Clientes do Varejo da Cemig, Leopoldo Sette, o mercado livre, em especial, o Energia Livre Cemig, vive uma fase de franca expansão. “Com a contratação é possível reduzir custos, obter certificado de energia renovável, além de garantir a gestão integral do contrato pela companhia durante toda a vigência”, destaca.

O serviço, segundo ele, está ganhando adeptos em segmentos como condomínios, shopping centers e redes supermercadistas de diversas regiões de Minas Gerais. “Notamos também uma exigência por parte dos clientes que as empresas contem com iniciativas sustentáveis com comprovação por certificados. Está cada vez mais importante para todos os nichos do mercado e notamos que as empresas varejistas estão preocupadas com isso”, destaca.

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Mart Minas firma primeiro contrato para autoprodução de energia do Estado

A rede Mart Minas, em parceria com a Cemig, concluiu neste ano a negociação do primeiro contrato de autoprodução de energia do Estado. Desde maio, a iniciativa garante o arrendamento de parte do parque solar fotovoltaico da UFV Jusante, em São Gonçalo do Abaeté, na região Noroeste de Minas, visando à autoprodução de 20 megawatts de potência de energia renovável.

Segundo a empresa, a energia gerada será capaz de abastecer 62 lojas mineiras do Mart Minas, além de 19 lojas da Dom Atacadista, pertencentes ao mesmo grupo e localizadas no Rio de Janeiro. A modalidade, disponível no Mercado Livre de Energia, estimula independência energética da companhia e reduz a dependência de fontes tradicionais, suprindo o abastecimento da empresa, sem que ela precise acionar outros geradores.

O diretor administrativo e financeiro do Mart Minas, Matheus Neves, garante que a partir desta ação, a companhia demonstra compromisso com a sustentabilidade e a eficiência operacional do negócio. “Ao adotarmos a autoprodução de energia, contribuimos com a descarbonização, além de otimizarmos recursos”, destaca.

Em relação à gestão, Neves pontua que o investimento – estimado em R$ 377 milhões – resulte em uma considerável economia de custos operacionais dada a expectiva de redução em relação aos gastos energéticos das lojas. “Essa iniciativa favorece a manutenção de preços competitivos e uma experiência de compra mais vantajosa para os clientes”, avalia.

“A viabilização da autoprodução no mercado livre, segundo Leopoldo Sette, é a partir da geração própria de energia em vez de contrata-la com comercializador. “A parceria entre a Cemig e Mart Minas foi construída em conjunto após o arrendamento da planta pela varejista. Dentro desse mercado, autoprodução é viabilizada quando o cliente tem a sua própria energia geradora”, afirma.

Um dos benefícios citados por Sette para o autoprodutor é a ausência encargos setoriais. “Com isso ele tem uma economia ainda maior ao adotar a modalidade. Notamos um movimento no mercado de grandes empresas varejistas que têm estudado a autoprodução”, avalia.

Assaí Atacadista cita vantagem competitiva ao migrar para o mercado cativo

Investindo desde 2019 na migração para o setor, a rede Assaí Atacadista se consagrou como um dos maiores compradores de energia no Brasil. Em 2023, a empresa atingiu 97% das lojas convertidas ao modelo e espera, em breve, chegar a 100%.

Além da aquisição de energia limpa, a varejista também segue investindo na instalação de usinas solares fotovoltaicas para autogeração de energia. Segundo o gerente de Projetos do Assaí Atacadista, Lucas Attademo, a rede aproveita áreas inutilizadas na cobertura dos supermercados e dessa forma aumenta a independência sobre o fornecimento da concessionária local.

“Contamos com sete lojas usando energia de painéis solares instalados nas coberturas dos estacionamentos. Essas unidades também são equipadas com itens de ecoeficiência, como iluminação 100% LED, além de dispositivos para economia de água e energia elétrica”, destaca Attademo.

A adoção e expansão da iniciativa se conectam com a história do negócio que, segundo Attademo, incentiva iniciativas sociais e a preocupação legítima com programas que minimizem o impacto ambiental. Entre eles, está o quesito Operações Eficientes, que , alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conta com ações que analisam questões como o tratamento de resíduos, tipo de construção utilizada em novas unidades, além da escolha de opções por energias renováveis.

Apesar de não abrir valores de investimentos, o gerente de Projetos da varejista garante que a estratégia, além de trazer benefícios para o meio ambiente, também garante uma vantagem competitiva frente à compra de energia no mercado cativo. “Tanto os valores como os volumes negociados com as usinas e distribuidoras são mantidos, garantindo redução de custos para a Companhia”, revela.

Para o futuro, a empresa, que completa meio século de atuação neste ano, reforça que seguirá ampliando as estratégias de sustentabilidade com operações responsáveis e transparentes e menor impacto ambiental. “Tanto internamente quanto em nossa cadeia de valor, nossas ações seguirão pautadas em três pilares: Operações Eficientes, Desenvolvimento de Pessoas e Comunidades e Gestão Ética e Transparente”, conclui Lucas Attademo.

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