Economia

Varejo alimentar cresce em janeiro puxado por desaceleração de preços e queda do dólar

Desde maio de 2024, preços de alimentos desaceleram pela primeira vez com algumas categorias em retração
Varejo alimentar cresce em janeiro puxado por desaceleração de preços e queda do dólar
Crédito: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

A alta do dólar estava impactando na alimentação dos brasileiros e a queda da moeda norte americana influenciou diretamente os preços do varejo alimentar, o que levou à primeira desaceleração da alta dos alimentos desde maio de 2024. Segundo a plataforma de inteligência de dados do setor, Radar Scanntech, o preço médio dos produtos pesquisados avançou 5,8% em 12 meses, abaixo dos 7,6% registrados em dezembro de 2024.

A mudança teve reflexo especialmente na mercearia básica e categorias como arroz, feijão e leite apresentaram recuo nos preços em relação a dezembro. No curto prazo, nas categorias de mercearia básica, apenas o café e o açúcar mantiveram a trajetória de alta.

Mesmo com o alívio nos preços, a inflação acumulada em 12 meses no setor ainda foi a principal responsável pelo crescimento de 6,6% no faturamento do varejo alimentar em janeiro contra janeiro de 2024.

Com o crescimento nas vendas unitárias na ordem de 0,8%, o volume de produtos comercializados apresentou retração de 0,9%, com vendas de embalagens – em média – menores do que no ano passado.

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De acordo com a diretora de marketing da Scanntech, Priscila Ariani, a desaceleração do preço médio é algo que não víamos desde maio de 2024. “O impacto da queda do dólar aparece em diversas categorias do varejo alimentar, especialmente nas da mercearia básica, com diminuição de preços em relação a dezembro. Ainda assim, é preciso acompanhar como esse movimento vai evoluir nos próximos meses e qual será o reflexo nas decisões de compra e no comportamento do varejo“, avalia.

Os atacarejos regionais mantiveram um desempenho superior aos supermercados, tanto em faturamento quanto em vendas unitárias. Enquanto isso, supermercados de 1 a 4 check-outs foram os que mais aumentaram preços e os únicos a registrar queda no número de unidades vendidas.

Segundo a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Ana Paula Bastos, o comércio varejista da Capital vem apresentando crescimento durante todo o ano de 2024. “Isso é resultado de um cenário econômico mais positivo, com a taxa de desemprego em queda, uma renda maior, e isso impulsionou o consumo e ocasionou a elevação dessa demanda reprimida”, observa.

 Perecíveis impulsionam o varejo alimentar

Entre a cesta de produtos, os alimentos perecíveis foram os que mais contribuíram para o crescimento do varejo alimentar em janeiro de 2025. A cesta avançou 8,3% em faturamento, impulsionada pelo aumento de 6,1% nos preços no acumulado de 12 meses e pelo crescimento de 2,2% nas vendas unitárias. Entre os itens que puxaram este avanço estão o frango, o ovo e o queijo.

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