Economia

Varejo alimentar cresce quase 6% no País

Resultado é relativo ao 1º semestre, conforme dados do Radar Scanntech; desempenho foi impulsionado pela alta de 7,3% no preço médio por unidade
Varejo alimentar cresce quase 6% no País
Em relação a bebidas alcoólicas, o segundo trimestre do ano registrou a maior retração em unidades da série histórica, com queda de 5,3%, com destaque para a cerveja, com queda de 16,1% no País | Foto: Reprodução Adobe Stock

O setor de varejo alimentar fechou o primeiro semestre de 2025 com um aumento de 5,8% no faturamento, impulsionado pela alta de 7,3% no preço médio por unidade. É o que diz o estudo Radar Scanntech. Em contrapartida, segundo o levantamento, o volume de produtos vendidos em estabelecimentos do setor obteve uma queda de 1,4% durante o período, um reflexo do recuo de 0,4% no fluxo de consumidores em lojas. Para o especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, há diversos fatores para que o saldo do setor seja positivo apesar do cenário desafiador.

“É importante destacar que o crescimento do faturamento foi impulsionado pela elevação dos preços médios por unidade, principalmente entre os itens de mercearia básica, que tiveram o aumento de 12,3%. Os alimentos perecíveis também têm uma parcela importante nesse movimento, registrando uma elevação de 7,4%. Vale lembrar que os produtos sazonais, que possuem um valor mais alto e que podem impulsionar o aumento das vendas, vem passando por uma queda por conta do clima”, explica o especialista.

A pesquisa Radar Scanntech apontou que os itens que mais contribuíram para a retração em volume no mês estão sorvete (-23,6%), polpa de fruta (-16,2%) e iogurte (-7%), já que o País vem enfrentando dias mais frios, principalmente em junho.

Em relação a bebidas alcoólicas, o segundo trimestre do ano registrou a maior retração em unidades da série histórica, com queda de 5,3%. Cerveja (-16,1%), suco (-16,3%) e bebida vegetal (-41,1%) foram os produtos com as maiores quedas em volume. Em curto prazo, as duas primeiras bebidas se destacam como as principais responsáveis por esse desempenho negativo.

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Impacto do frio

“Este ano, enfrentamos um inverno mais rigoroso e isso levou os consumidores a buscar produtos que ajudassem a se aquecer, impactando negativamente o consumo de alimentos mais refrescantes. As mudanças climáticas têm conexão direta com as gôndolas e com os hábitos de consumo, e provavelmente, sentiremos ainda mais essa influência nos próximos meses”, afirma o head de inteligência de mercado da Scanntech, Felipe Passarelli.

Ainda segundo Leandro Rosadas, as temperaturas amenas no País também impactam nas vendas de itens como sorvete, que segundo a pesquisa obteve uma queda de 23,6%, polpa de fruta (-16,2%) e iogurte (-7%). Não à toa, esses foram os itens que mais contribuíram para a retração em volume no mês.

“Somente em junho, o setor de varejo alimentar teve uma queda de vendas de 4,3%, um número expressivo e que reflete principalmente sobre o consumo das famílias. O movimento pode ser um reflexo do alto endividamento entre famílias. Apesar do baixo desemprego e do aumento de trabalhos informais, muitos brasileiros só possuem renda para comprar itens básicos, como o arroz e o feijão, deixando os itens supérfluos, que possuem um valor mais elevado, de lado”, ressalta.

De acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS), o setor que abrange os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo integra o grupo considerado sensível à renda, que caiu 3,4% no ano como um todo. Os maiores recuos foram observados no Rio Grande do Sul (-14%), no Amazonas (-7%), em Mato Grosso do Sul (-6,5%) e no Rio Grande do Norte (-6,1%).

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