Varejo de Minas Gerais tem queda nas vendas em setembro

As vendas do varejo em Minas Gerais tiveram recuo de 1,1% em setembro frente a igual mês de 2023, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mineiro ficou abaixo da média nacional, que registrou crescimento de 2,1%.
Nesse tipo de análise foi verificada a predominância de resultados positivos no Brasil, em 22 das 27 unidades da federação, com destaque para Amapá (14,6%), Paraíba (13%) e Roraima (11,3%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuraram cinco das 27 unidades da federação, com destaque para Mato Grosso (-1,9%), Minas Gerais (-1,1%) e Mato Grosso do Sul (-0,6%).
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Em termos percentuais, se destacam no Estado o recuo de 5,6% no volume de vendas do grupo livros, jornais, revistas e papelaria, seguido de combustíveis e lubrificantes (-4,7%). A retração também foi verificada na atividade hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo (-2,9%). Considerando hipermercados e supermercados, a queda passa para 2,5%.
O analista do IBGE em Minas, Daniel Dutra, diz que o recuo nas vendas de setembro pode estar relacionado ao aumento da inflação e, logo, no poder de compra das pessoas. No mês de setembro, a inflação subiu pela nona vez no ano na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) ao registrar alta de 0,51% em relação a agosto, conforme dados do instituto.
Naquele mês, alimentos e bebidas tiveram alta de 0,50%, com destaque para alimentos no domicílio (0,56%), como limão, mamão e carnes, e, neste último item, destacam-se, ainda, a carne de porco (3,67%) e o contrafilé (3,79%), que registraram os maiores incrementos.
“Foi justamente no segmento de hipermercados e supermercados, que tem o maior peso na pesquisa, que foi registrada uma das principais quedas nas vendas em setembro”, observa.
Dutra observa que depois de cinco altas (janeiro a maio) e três quedas (junho a agosto), o comércio em Minas Gerais apresentou estabilidade em setembro, na série com ajuste sazonal, na comparação com agosto (variação de 0%), enquanto que a média nacional em igual comparação foi de 0,5%.
Nas análises de setembro ante agosto e frente setembro de 2023, os resultados do comércio varejista mineiro ficaram abaixo da média nacional, em iguais comparações.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, foi contabilizada variação de 0,1% em setembro frente igual mês do ano anterior, na série sem ajuste sazonal. No País, o resultado foi mais expressivo com alta de 3,9%.
O levantamento do IBGE mostra recuo de 8,8% no segmento de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo em setembro na comparação com igual mês de 2023. Grupo que manteve o recuo nos acumulados do ano (-14,7%) e em 12 meses (-11,8%).
O economista do C6 Bank, Heliezer Jacob, diz que, entre os motivos que explicam os resultados em Minas Gerais, está o desempenho fraco do setor de atacado de alimentos e de combustíveis, prejudicado pela inflação elevada dos itens no Estado.
Já os indicadores acumulados em Minas Gerais, conforme a PMC, apresentaram alta no varejo restrito, com elevação de 4% no acumulado do ano e de 3,7% nos últimos 12 meses, abaixo do resultado do País, com incrementos de 4,8% e 3,9%, respectivamente. E na avaliação do ampliado, os resultados permanecem positivos, embora em patamares menores, com altas de 2% e 1,7%, respectivamente. A média brasileira também foi superior, com 4,5% e 3,8%, respectivamente.
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