Vendas de veículos elétricos e híbridos crescem 41% em Minas Gerais
O mercado de veículos elétricos e híbridos acumula 12,2 mil emplacamentos em Minas Gerais entre janeiro e novembro. O número no Estado é 41% superior ao mesmo período do ano passado, quando atingiu 8,6 mil comercializações.
Com resultados expressivos, o setor projeta dobrar a participação no mercado de veículos em 2026, saltando de 11% para aproximadamente 22%. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Dentre as capitais, no último mês, a categoria recebeu uma nova líder de mercado. Com 2,4 mil comercializações, Brasília ultrapassou São Paulo (2,3 mil), configurando-se como um dos principais mercados nacionais. A terceira colocação permanece com Belo Horizonte, que registrou 908 emplacamentos no período, acumulando 7,2 mil vendas em 2025.
O conselheiro e diretor de infraestrutura da ABVE, Márcio Severine, pontua que o mercado ao longo de 2025 cresceu dentro das expectativas, no entanto, com resultados que poderiam ser melhores. “O mercado ainda sente o impacto da taxa de juros elevada, mas já vemos uma trajetória de retomada. Devemos encerrar o ano com crescimento e alcançar cerca de 210 mil veículos”, prevê.
O otimismo para 2026 está ancorado na ampliação do leque de oportunidades para os clientes. Para o próximo ano, o dirigente aposta na consolidação de vendas da BYD após início da produção em território brasileiro, além da força da GWM e de players tradicionais se fortalecendo na concorrência, como Stellantis e Renault. “Isso vai refletir nas vendas e os preços devem ser mais competitivos“, acrescenta.
Com forte presença no Estado, a montadora com polo em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é detentora de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. A entrada e ampliação no segmento, uma das apostas para o próximo ano a partir da Leapmotor, que pode agregar em bons resultados para Minas Gerais.
“Acredito que a Stellantis tem um volume muito grande no Estado e, como estava fora do segmento, isso acabou tendo algum impacto. Com a entrada da marca, vejo que as vendas em Minas devem crescer“, avalia Severine.
Mercado de elétricos se ajusta para contornar desafio da depreciação
A queda no preço dos veículos elétricos zero quilômetro podem estar por trás da elevada depreciação em alguns modelos ao longo do ano. Para o dirigente, por ser um mercado ainda em formação, o segmento de usados começa a ganhar força em 2025 e precisará de um certo tempo para se estabelecer.
“Isso pode afetar o pós-venda. A base mudou, o preço reduziu e, segundo o mercado, é um segmento novo que ainda está se formando”, reforça.
Quanto à capacidade da bateria para revenda, a garantia, que pode chegar a oito anos a depender da marca, garante maior segurança para o proprietário. Como reforço à segurança no pós-venda, o setor afirma que novos processos de checagem devem chegar no próximo ano, com avaliações via software que informam a saúde da bateria e do sistema elétrico.
“A beleza desse novo cenário é que a tecnologia está aí, com equipamentos de avaliação cada vez melhores. As empresas começam a aparecer agora, e todas estão se preparando para esse movimento“, finaliza Severine.
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