Economia

Veículos importados: emplacamento cai 31% em Minas Gerais

Veículos importados: emplacamento cai 31% em Minas Gerais
Crédito: Alisson J. Silva

Em 2020, o emplacamento de veículos importados, em Minas Gerais, caiu 31%, encerrando o exercício com 21.914 unidades emplacadas no Estado. Assim como nos demais setores produtivos, a venda dos automóveis foi prejudicada pela crise gerada com a pandemia da Covid-19. A desvalorização do real frente ao dólar também inibiu a compra de importados, já que o aumento do custo foi significativo. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).

Segundo o levantamento, das marcas associadas à Abeifa, foram vendidas no mercado mineiro 1.666 unidades importadas em 2020, ante 2.617 registradas em 2019, representando uma queda de 36,3%.

Os automóveis importados comercializados por outras marcas somaram 20.248 unidades, volume 30,6% menor que os 29.160 emplacados em 2019. No total de importados, considerando também as marcas não associadas, foram vendidos 21.914 veículos no Estado, ante 31.777 registrados em 2019, uma retração de 31%.

No País, também foi registrada queda, porém, menor que a apurada em Minas Gerais. De acordo com a Abeifa, considerando somente a importação, foram 27.421 unidades vendidas, o que significou uma redução de 20,7% ante os 34.596 veículos do acumulado de 2019.

A retração das vendas de carros importados também foi causada pela desvalorização do real frente ao dólar. Conforme levantamento feito pela Abeifa, as comercializações tiveram impactos negativos e diretos da taxa cambial, cuja cotação do dólar partiu de, na média mensal, R$ 4,15 em janeiro para R$ 5,14 em dezembro de 2020, uma alta de 23,8%.

“Foi um ano extremamente difícil para o setor automobilístico, que vislumbrava a retomada no início de 2020. Mas, como em todas as demais atividades econômicas, o impacto da pandemia de Covid-19 a partir da segunda quinzena de março foi devastador. Aliado a essa nova realidade, o nosso setor ainda sentiu as consequências nefastas da desvalorização cambial”, explica o presidente da Abeifa, João Henrique Oliveira.

Em 2020, dentre as marcas com produção nacional – BMW, Chery, Land Rover e Suzuki – a queda nas vendas das associadas à Abeifa ficou em 11,1% no Estado, com o emplacamento de 1.871 unidades. Nas marcas não associadas, a queda foi 33,9% com 368.430 unidades comercializadas, ante 557.770 veículos registrados em 2019. No total das marcas com produção nacional, foram emplacadas 370.301 unidades em Minas, queda de 33,8%.

Imposto menor – A queda nas vendas tanto em Minas como no País é preocupante, principalmente nas marcas cuja produção é importada. De acordo com a Abeifa, para tentar reaquecer o mercado, o presidente da entidade pleiteou ao governo federal a redução da alíquota do imposto de importação, ainda que de forma gradual, fato que poderia reativar números setoriais mais alentadores.

“A redução do imposto, hoje de 35%, para 20%, é crucial para manter a viabilidade das operações e para garantir que o Brasil seja de fato inserido no comércio global de automóveis. Quanto mais nos isolarmos do mundo, mais perderemos competitividade e investimentos no futuro”, adverte Oliveira.

Para 2021, o presidente da Abeifa estima emplacar, entre importados e produção nacional, 68 mil unidades, crescimento de 15% sobre os dados de emplacamentos de 2020.

“Em princípio, nossa primeira projeção pode parecer otimista demais, diante das estimativas já anunciadas pela indústria e pelo setor de distribuição, também na casa de 15%. Em nosso caso, porém, o porcentual de crescimento se justifica por conta da demanda reprimida de 2020, ano em que o dólar flutuou, na média, em patamares superiores a R$ 5,00”, argumenta.

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