Impulsionada por veículos, inflação em Belo Horizonte acelera em março

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte registrou alta de 0,32% em março frente ao mês anterior. O avanço foi puxado pelo preço do automóvel novo e o seguro voluntário de veículos – categorias que lideraram entre as maiores contribuições para aumento no custo de vida na Capital.
Alimentos como café (13,1%) e leite (4,7%), além do serviço de dentista (7,7%) também pesaram na variação total. Os dados foram divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).
De acordo com a pesquisa, o grupo de “alimentação”, em geral, registrou alta de 1,01% no custo médio em março, acelerando 0,72% em relação à quadrissemana anterior. No subgrupo “alimentação na residência”, todos os três itens apresentaram alta nesta quadrissemana, em especial, os in natura, que registraram em março a 5ª alta consecutiva (3,34%).
Por outro lado, excursões (-10,6%), gasolina comum (-1,6%), refeição fora de casa (-1,1%), conserto do automóvel (-3,4%) e cinema (-7,6%) estão entre os itens de maior peso, responsáveis por evitar aumentos ainda mais expressivos no custo de vida.
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O economista do Ipead Diogo Santos destaca que o aumento dos preços em Belo Horizonte registrado em março já era previsto em decorrência da leve desaceleração de 0,05% em fevereiro. Apesar disso, o cenário ainda é considerado otimista, já que no final do mês o custo da vida na cidade começou a dar sinais de desaceleração.
Segundo ele, o motivo é o arrefecimento do preço da gasolina, além da refeição fora de casa, que vinha subindo e agora apresenta tendência de queda. “Temos uma inflação que cresce, porém, menos que no ano passado, quando somou 0,52% no mesmo período. Ainda assim, tiveram grupos com forte elevação de preço, como alimentos in natura, que seguem pesando no resultado total”, destaca.
Com relação ao atual cenário, o economista frisa que a valorização do câmbio e a elevada taxa de juros seguem contribuindo para segurar o avanço do custo de vida na capital mineira. Ao mesmo tempo, os primeiros sinais de desaceleração na economia já indicam uma menor pressão sobre a demanda, que, segundo ele, pode ser favorável nesse contexto.
Além disso, a expectativa de um regime climático mais estável e de safras agrícolas mais robustas neste ano tendem a favorecer a oferta de alimentos, ajudando a conter a alta dos preços. “Iniciativas governamentais, como medidas para baratear a importação de milho e ações voltadas para estabilizar os preços dos alimentos, também desempenham um papel importante no controle inflacionário”, pontua.
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