Economia

Venda de seminovos cai 3,2% em janeiro em Minas Gerais

No Brasil, crescimento foi de 2,1% e deixa o mercado com boas expectativas para o ano
Venda de seminovos cai 3,2% em janeiro em Minas Gerais
Crédito: Divulgação Fenauto

As vendas de veículos seminovos em Minas Gerais recuaram 3,2% em janeiro na comparação com igual intervalo do ano passado. Entre os fatores que explicam o resultado negativo, está a forte base de comparação, uma vez que em 2024 a comercialização atingiu patamares elevados.

Em janeiro, as vendas de seminovos totalizaram 145.582 unidades, ante 150.371 veículos comercializados no mesmo período do ano passado. No primeiro mês do ano, a média diária de vendas por dia útil foi de 6.617 unidades. As informações são da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg).

Quando comparado a dezembro, a queda de vendas no Estado foi de 13,2%, já que no último mês do ano passado 167.804 unidades de veículos foram vendidas. Considerando apenas as negociações realizadas em Belo Horizonte, o desempenho também foi menor no primeiro mês deste ano. Enquanto em dezembro 41.361 unidades foram negociadas, em janeiro na Capital foram 38.147, queda de 7,7%.

Apesar do recuo regional, o mercado de veículos seminovos apresentou um crescimento de 2,1% em relação a janeiro do ano passado em todo o País, de acordo com o relatório mais recente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, Fenauto. Um aumento em relação ao primeiro mês de 2024 que gerou otimismo no setor.

“O mês de dezembro e janeiro costumam ser muito bons. São meses em que as pessoas procuram trocar de carro para viajar. Percebemos uma procura maior por SUV’s e uma tendência das famílias trocarem o avião pelas viagens de carro já que as passagens estão muito caras”, afirmou o diretor de Marketing e Planejamento da Assovemg, Flávio Maia.

Maia explica que o recuo regional deve-se muito a um desempenho extraordinário em 2024 quando o setor bateu recordes de vendas. “Tivemos um ano espetacular e esse ano não será diferente”, disse Maia.

Entre os modelos mais vendidos em Minas Gerais, o Volkswagen Gol liderou em janeiro com 8.356 unidades negociadas, seguido pelo Fiat Palio (5.900) e o Fiat Uno (5.617). Em Belo Horizonte, o Fiat Palio ficou em primeiro lugar, com 1.494 unidades vendidas, seguido de perto pelo Gol (1.493) e o Uno (1.251).

Alta dos juros ainda não prejudicou o setor

A alta da taxa Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, de acordo com o diretor da Assovemg, Flávio Maia, ainda não interferiu no setor. A taxa serve de referência para todas as outras taxas de juros, como as cobradas em financiamentos, empréstimos e cartões de crédito e pode interferir nos negócios, já que muitas unidades são vendidas com financiamento.

De acordo com o Maia, o que acontece é uma mudança no estilo da compra. “As pessoas não deixam de comprar por este motivo. Elas acabam financiando valores maiores, ou aumentando o número de parcelas”, comentou. Porém, admitiu que pode ser um dificultador.

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Perspectivas positivas para o mercado de carros em 2025

O desempenho positivo no mercado brasileiro reflete, entretanto, uma tendência de crescimento que reforça a expectativa de um ano ainda melhor. Em todo o Brasil, o setor registrou 1.225.962 unidades comercializadas, alta de 2,1% em comparação com janeiro de 2024. Já com relação a dezembro, a queda era esperada e apresentou recuo de 16,9%. Um movimento considerado natural para esta época do ano.

Para o presidente da Fenauto, Enilson Sales, a diminuição das vendas no começo de ano é natural, já que o consumidor tem outros compromissos financeiros para atender como pagamento de IPVA, IPTU, matrículas dos filhos e tantos outros. “Ele acaba priorizando esses pagamentos antes de qualquer outra compra. Mas, acreditamos que se as condições da economia se manterem estáveis, as vendas devem se elevar paulatinamente nos próximos meses”, afirmou.

A região do Nordeste apresentou o maior crescimento com aumento de 15,7% nas vendas com relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, o Sudeste, região de onde sai boa parte dos turistas em busca de férias, o movimento recuou 4,6% em relação a 2024.

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