Venda de imóveis novos cresce 39,8% no Brasil e setor arrecada R$ 50,6 bilhões

A venda de imóveis novos no Brasil registrou uma alta de 39,8% no acumulado de 12 meses, entre janeiro do último ano e janeiro de 2024. Ao todo, foram comercializados 171.627 imóveis, aponta o indicador da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). As compras destas unidades, considerando todos os segmentos, gerou um valor de venda aproximado de R$ 50,6 bilhões.
O segmento de vendas de médio e alto padrão (MAP) é destaque no balanço, totalizando R$ 21,9 bilhões em vendas, mas ainda ficando atrás das compras realizadas por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Nestes 12 meses, o programa arrecadou R$ 27,7 bilhões, um aumento expressivo de 65,3% no valor em comparação ao ano anterior.
O bom desempenho das comercializações foi impulsionado tanto pelo segmento de médio e alto padrão quanto pelo MCMV que, juntos, estabelecem um novo recorde para o índice.
O segmento MAP continua a apresentar bom desempenho nas vendas, com alta de 15% no volume de unidades comercializadas e de 22,1% no valor de vendas. Apesar de uma redução de 0,4% no valor total lançado nesse segmento, há indicação de uma adequação gradual nos níveis de estoque de imóveis de médio e alto padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 15 meses contra os 24 meses registrados no início de 2023.
Já em relação ao MCMV, houve um aumento significativo tanto no volume de unidades comercializadas (52,6%) quanto no valor total de vendas ao longo dos doze meses (65,3%), segundo o estudo. Além disso, houve um acréscimo expressivo de 57,1% no valor de venda dos lançamentos.
Alta nas vendas é reflexo de cenário político-econômico
O volume de vendas alcançado no início deste ano é também o mais alto registrado, até então, para o período inicial das séries de vendas anuais. A pesquisa, elaborada com dados de 20 empresas do setor pela Abrainc e pela Fipe, avalia o cenário que favorece o crescimento do setor.
O presidente da Abrainc, Luiz França, destaca que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um impulsionador significativo para o desenvolvimento desse setor, considerado crucial para a economia.
“Esses cortes nos juros não só beneficiam o setor, tornando os financiamentos habitacionais mais acessíveis, mas também impulsionam o progresso econômico e social do Brasil. Com a tendência de novas quedas da Selic, esperamos também um aumento nas vendas de imóveis para investimento, tornando-os ainda mais atrativos”, pontua o executivo.
França também explica que o acréscimo recente de 17% nos preços dos aluguéis, decorrente da valorização dos últimos 12 meses, fortalece a demanda por ativos imobiliários.
A Abrainc analisa que os resultados positivos apurados refletem as medidas implementadas para ampliar o acesso à moradia para famílias de baixa renda e destacam a importância de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), fundamental para o crédito imobiliário destinado a essa população.
Já iniciativas recentes, como a regulamentação do RET de 1% e o FGTS Futuro, fortalecem ainda mais a habitação popular, aumentando o poder de compra das famílias e facilitando a aquisição da casa própria. Ainda conforme a entidade, essas ações também impulsionam o desenvolvimento social e econômico do País, contribuindo para o aumento da geração de empregos e renda.
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