Economia

Vendas de combustíveis por distribuidoras crescem 3,1% no primeiro semestre em Minas

Gasolina puxa a alta com crescimento de 9,8% no Estado
Vendas de combustíveis por distribuidoras crescem 3,1% no primeiro semestre em Minas
No total foram comercializados 8,6 milhões de metros cúbicos (m³) de combustíveis nos primeiros seis meses do ano em Minas Gerais | Foto: Reprodução Adobe Stock

As vendas de combustíveis pelas distribuidoras em Minas Gerais cresceram 3,1% no primeiro semestre deste ano quando comparadas com o mesmo período do ano passado. A alta de 9,8% nos níveis de comercialização da gasolina, a maior dentre os combustíveis, puxou o desempenho no Estado. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

No total foram comercializados 8,6 milhões de metros cúbicos (m³) de combustíveis nos primeiros seis meses do ano em Minas Gerais, sendo 27,5% (2,3 mi m³) de gasolina. De acordo com o levantamento da ANP, com exceção do etanol, todos os demais combustíveis venderam mais no semestre. Enquanto as vendas do etanol caíram 12,5% no Estado, o óleo diesel vendeu 3,3% a mais que no primeiro semestre do ano passado e o gás liquefeito de petróleo (GLP) teve alta de 4,2% no mesmo intervalo.

O professor de Ciências Contábeis da Estácio BH, Alisson Batista, lembra que o etanol aumentou de preço nos dois primeiros trimestres do ano, impactando a escolha dos consumidores. “Com o aumento do etanol, o rendimento da gasolina tornou-se um atrativo para os motoristas tanto de passeio, quanto de aplicativo”, analisa.

Além disso, o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Silva, ressalta que entre abril e agosto, o crescimento da cana-de-açúcar é mais lento. “Estamos fora da safra do etanol e o preço do açúcar está mais alto. Isso faz com que os empresários optem por vender o açúcar, reduzindo a oferta do etanol, consequentemente, encarecendo o preço do combustível”.

Uma tendência que deve continuar acontecendo no curto prazo, de acordo com Silva. Entretanto, nos próximos meses, ele acredita numa reversão do consumo do etanol por dois motivos: primeiro, o aumento do etanol na composição da gasolina, fato que ele acredita impactará significativamente o consumo do etanol daqui para frente. Além disso, em setembro, começa o período de safra da cana-de-açúcar, aumentando a oferta de etanol e, consequentemente, reduzindo os preços, tornando-o mais competitivo.

Diesel é o combustível mais vendido no 1º semestre

Apesar do aumento significativo nas vendas da gasolina, o combustível mais comercializado pelas distribuidoras em Minas Gerais no primeiro semestre do ano foi o óleo diesel, representando 48% do total. No primeiro semestre de 2025, as negociações do produto somaram cerca de 4,1 milhões de m³, alta de 3,3% frente ao primeiro semestre de 2024, quando foram vendidos 4 milhões de m³.

Segundo o economista do BDMG, o consumo do diesel, em geral, reflete o crescimento da atividade econômica. Nesse caso, é importante ressaltar que em Minas Gerais, o diesel é usado não apenas no transporte de cargas, mas também em máquinas e equipamentos da mineração.

“É por isso que a gente utiliza o consumo de diesel como um indicador antecedente do crescimento do PIB”, explica. Segundo Silva, o aumento das vendas era esperado e uma redução do preço ainda é prevista para as próximas semanas, o que deve impactar ainda mais no volume consumido.

Já Batista atribui o sucesso das vendas ao posicionamento geográfico do Estado. “Minas está bem posicionada para o escoamento de produtos e mercadorias para diversos outros estados. Tudo que vem dos portos, por exemplo, acaba passando por Minas Gerais para escoar pelo Brasil, o que acaba impactando no consumo de diesel”, diz.

Alta nas vendas dos combustíveis é maior que a nacional

O crescimento das vendas de combustíveis no Estado no primeiro semestre do ano foi acima da média nacional. Enquanto as vendas em Minas avançaram 3,1%, no Brasil, a alta foi de 1,7%.

Segundo o economista-chefe do BDMG trata-se de um movimento natural e estrutural. Ele explica que da mesma maneira, quando há queda nas vendas, Minas Gerais registra maior queda do que o Brasil. “Isso tem a ver com nossas estruturas rodoviária e econômica e também com a importância dos segmentos de transportes e logísticas para o Estado”, afirma.

O professor da Estácio BH, cita, mais uma vez, a localização do Estado no País. Segundo ele, o ponto geográfico privilegiado faz com que grandes volumes de mercadorias passem pelas rodovias mineiras. “Em termos percentuais, Minas corresponde a um consumo considerável de combustível, já que estamos muito bem localizados para a distribuição de mercadorias”, reforça.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas