Comércio em Minas cresce 5,1% no 1º semestre

As vendas do comércio varejista em Minas Gerais cresceram 5,1% no primeiro semestre de 2024, ante igual intervalo de 2023. No Brasil, a alta chegou a 5,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cinco atividades contribuíram para o desempenho mineiro. A maior elevação foi observada nas negociações de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, de 96,6%.
As demais foram:
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (14,8%),
- outros artigos de uso pessoal e doméstico (18,8%),
- hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%)
- e móveis e eletrodomésticos (1,1%).
O analista do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Daniel Dutra, afirma que o peso de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação para o indicador final é baixo. E que a alta foi esporádica, decorrendo de uma empresa que passou a faturar no Estado.
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Portanto, ele esclarece que a principal influência positiva para a performance mineira no período veio de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que corresponde a mais da metade do levantamento. Enquanto a segunda maior foi a área de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, também com elevada participação no índice.
Na contramão, a demanda de combustíveis e lubrificantes caiu significativamente nos primeiros seis meses deste ano (-12,3%). Também registraram quedas nas vendas os segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria, de 10,9%, e tecidos, vestuário e calçados, de 0,7%.
Recuo em junho interrompe sequência de sete meses positivos
Em junho de 2024, o comércio varejista de Minas Gerais vendeu menos que em maio. Na passagem de um mês para o outro, o volume vendido no Estado diminuiu 1,4%, interrompendo uma sequência de sete altas seguidas, desde novembro de 2023. Nacionalmente, a baixa foi menor, de 1%.
O IBGE não detalha o desempenho por atividade neste caso. Contudo, a entidade diz que houve efeito rebote, que se trata de retração natural da quantidade de vendas depois de forte elevação. A instituição também aponta um movimento de redução expressiva no segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 50% da pesquisa.
Por outro lado, na comparação mensal, ou seja, entre o sexto mês deste ano e o mesmo período de 2023, as negociações do varejo mineiro subiram 3,5%. No País, aumentaram um pouco mais, 4%.
Contribuíram para a performance, neste comparativo, seis dos oito segmentos analisados. Foram eles:
- equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (85,5%),
- outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,8%),
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,6%), móveis e eletrodomésticos (3,8%),
- tecidos, vestuário e calçados (3,1%)
- e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo (2,6%).
Em contrapartida, a atividade comercial de combustíveis e lubrificantes, que tem apresentado recuos sucessivos, impactada, provavelmente, de acordo com Dutra, pelos últimos aumentos de preços, exerceu a maior influência negativa para o resultado, com baixa de 9,9%. O outro recuo foi observado nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%).
Setor de comércio ultrapassa o de serviços em crescimento
Pela primeira vez após a pandemia, o setor comercial mineiro ultrapassou o de serviços em crescimento. Dutra explica que o setor de serviços é mais dinâmico, por isso se recuperou mais rápido depois da crise sanitária, e que a inflação controlada está ditando o ritmo do comércio.
“A inflação, que nos últimos 12 meses, tem ficado dentro do controle estipulado pelo governo tem possibilitado o comércio crescer mês a mês”, ressalta o analista do IBGE em Minas.
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