Economia

Vendas de aço crescem 10,7% em agosto

Resultado das vendas de agosto ficou acima do esperado pelo setor. A alta se deve à instabilidade dos preços do aço
Vendas de aço crescem 10,7% em agosto
Crédito: Freepik

As vendas das distribuidoras associadas ao Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) subiram 10,7% em agosto frente a julho e 2,5% se comparado com igual mês de 2022. Ao todo, foram comercializadas 343,4 mil toneladas de aço no mês. O aumento não era esperado pelo setor, mas foi puxado pela tendência de queda dos preços. Pela entrega das distribuidoras ser mais ágil frente às usinas, há uma migração de consumo. Apesar da queda dos preços internacionais, as usinas ainda estão segurando os preços no mercado interno.

De acordo com os dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no acumulado dos oito primeiros meses de 2023, as vendas de aços somaram 2,54 milhões de toneladas. O volume ficou praticamente estável, com pequena variação negativa de 0,1% se comparado com igual intervalo do ano passado. 

“As vendas foram melhores do que nosso levantamento apontava, que era uma alta de 4%. Mas, chegamos ao final do mês com 10,7% de crescimento. Estamos notando que as vendas têm melhorado muito no final do mês, fruto da situação de preços instáveis no mercado. Os compradores têm deixado as aquisições para a  última hora, pois não querem ser pegos por preços diferentes”, explicou o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

A alta é explicada pela migração do consumo das usinas, que levam de dois a três meses para entrega dos produtos, para a rede de distribuição, que entrega em poucos dias.

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“Quando se tem uma situação de briga forte de preços, inclusive causada pela importação com valor muito baixo, você tem um aumento da participação da distribuição em relação às usinas. Nosso crescimento está em cima da situação de preços volátil”, apontou Loureiro.

No que se refere às compras, a aquisição do setor distribuidor, em agosto, chegou a 245,3 mil toneladas, crescendo, então, 14,6% frente a julho. As compras, frente a agosto de 2022, caíram 1,5%. No acumulado do ano, as compras aumentaram apenas 0,6%, chegando, assim, a um volume de 2,57 milhões de toneladas.

Em agosto, a pequena diferença entre o volume vendido, 343,4 mil toneladas, e o adquirido, 345,8 mil toneladas, é resultado da maior cautela do setor. Diante da instabilidade de preços, aumento das importações e tendência de queda, o setor não tem ampliado o estoque. 

“O setor está preocupado em não deixar os estoques subirem. Se os preços caírem na atual situação – de margens apertadas – a distribuição venderá os estoques a um preço menor. Por isso, estão segurando as comprar e repondo somente o necessário”, explicou Loureiro. 

Em número absoluto, o estoque de agosto obteve alta de 0,3% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 843,9 mil toneladas contra 841,6 mil. O giro de estoque fechou em 2,5 meses.

Para setembro de 2023, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 3% em relação ao mês de agosto.

Importação de aço

Em agosto, as importações cresceram 14,2% em relação ao mês anterior, com volume total de 231 mil toneladas contra 202,2 mil toneladas. Comparando com o mesmo mês do ano anterior, quando as importações eram de 147,7 mil toneladas, o incremento foi expressivo de 56,4%.

“As importações continuam crescendo muito. Em agosto, foram 231 mil toneladas, contra 147 mil toneladas em agosto do ano passado, um aumento de 56%. O crescimento, no ano, já é de 38,7%. Todas as informações que temos é que, em setembro, provavelmente, vamos ter uma importação igual ou mais forte que agosto”.

No mercado internacional, os preços dos laminados a quente caíram nas últimas semanas. A redução chegou a US$ 64 dólares por tonelada nos Estados Unidos, a US$ 20 na Europa e US$ 10 na China, gerando uma média de US$ 30 a menos no mundo.  A redução, aliada ao aumento das importações, que estão chegando a preços mais baixos no mercado interno, devem pressionar os preços das usinas.

“Até o momento, no mercado interno há uma resistência grande das usinas em ceder nos  preços. Estão fazendo alguns negócios especiais, mas a tabela está sendo mantida”.

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