Economia

Vendas de aços planos crescem 3,9% em 2022, aponta o Inda

Mercado de distribuição de aços planos foi impactado por menor demanda nos últimos meses do ano passado
Vendas de aços planos crescem 3,9% em 2022, aponta o Inda
Siderúrgicas produzem 7% a 9% das emissões de gases estufa | Crédito: Divulgação

A menor demanda por aço nos últimos meses de 2022 impactou no mercado de distribuição de aços planos que encerrou o ano com crescimento menor que o estimado. Ao longo do ano passado, as vendas registraram crescimento de 3,9%, na comparação com 2021, ficando abaixo das projeções divulgadas em meados do ano, que previam um avanço de 5%. Apesar do crescimento menor, a alta foi considerada importante, visto que o consumo aparente retraiu. 

Conforme os dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), em 2022, foram 3,73 milhões de toneladas vendidas, alta de 3,9% na comparação com 2021. Somente em dezembro, foi registrada queda de 11,6% frente a novembro, com 257 mil toneladas comercializadas. No confronto com igual mês de 2021, o recuo foi de 1,7%.

“Apesar da queda em dezembro, fomos surpreendidos já que esperávamos um recuo nas vendas próximo a 20% e registramos apenas 11%na comparação com novembro. A previsão de aumento dos preços em janeiro fez com que os clientes, por proteção, aumentassem as compras no final de dezembro, fazendo com que o mês ficasse um pouco melhor do que esperávamos”, explicou o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

Em relação ao desempenho das vendas no ano que foi positivo mesmo com o consumo caindo, Loureiro explica que com a maior oferta de aço e preços que geram margens mais ajustadas para os distribuidores, há mais espaço para a negociação com os clientes, que em muitos casos, saem das compras diretas com as usinas para as distribuidoras. 

“Em 2021, houve uma falta grande de material e, com os estoques caindo, o setor trabalhou com margens mais robustas. Quando você tem o mercado onde a distribuição está com margens maiores, o pessoal tende a força mais as compras direto nas usinas. Agora, em 2022, com aumento de oferta, as margens caíram, então, hoje, estamos em uma situação em que os preços da distribuição são interessantes, uma vez que a margem está pequena. Isso atrai o cliente que pode marcar data, discutir parcelamento, os volumes, o que não consegue na usinas. Foi bom em termos de volume, mas ruim de margem”.

No que se refere às compras, segundo o Inda, em dezembro, foi registrada queda de 14,5% perante a novembro, com volume total de 242,8 mil toneladas contra 284 mil. Frente a dezembro do ano passado, quando foram compradas 248,6 mil toneladas, a queda foi de 2,3%. Com o resultado do último mês do ano, em 2022, as compras se mantiveram estáveis, com pequena variação de 0,1% e totalizando 3,73 milhões de toneladas.

O estoque das distribuidoras de dezembro registrou queda de 1,7% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 817,1 mil toneladas contra 831,3 mil. O giro de estoque fechou em 3,2 meses.

“O estoque apresentou um número bom para dezembro, porque a venda cai bastante no período”. 

Para janeiro de 2023, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 11% em relação ao mês de dezembro de 2022. O crescimento anual das vendas deve ficar em torno de 2% a 3%.

 “Para 2023, o setor deve crescer conforme o consumo. A produção nas usinas vai crescer porque a maioria está com estoques ajustados e baixo e o consumo vai aumentar. Ao que tudo indica, teremos uma boa demanda de importantes setores consumidores de aço que estão performando bem como a energia eólica e solar, que estão com grandes investimentos. Também é esperado avanço no saneamento, máquinas agrícolas e linha amarela e o setor automotivo. Isso nos leva a crer que o consumo real vai crescer de 2% a 3% e acredito que vamos acompanhar o mercado”. 

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