Vendas de aços planos surpreendem as distribuidoras

As vendas de aços planos por distribuidores do Brasil, em agosto, somaram 334,9 mil toneladas, alta de 6,2% ante julho e de 22% frente ao mesmo mês do ano passado. O resultado superou as expectativas do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), que esperava um avanço menor. Para setembro a tendência é de vendas 1% inferiores, porém, para o fechamento do ano, a estimativa é superar os 5% previstos inicialmente.
As compras do setor, em agosto, também ficaram maiores. Ao todo, foi registrado incremento de 5,6% no confronto com julho, chegando a um volume total de 350,9 mil toneladas, contra 332,3 mil registrados anteriormente. Frente a agosto do ano passado, quando a aquisição do setor chegou a 302,5 mil toneladas, o aumento ficou em 16%.
“As vendas e as compras estão evoluindo positivamente. Nas compras, se olharmos os últimos 12 meses, ainda há uma queda de 2,5%, mas está havendo uma recuperação. Em vendas, tivemos uma surpresa. Estávamos esperando um crescimento menor e tivemos um aumento de 6,2%. Em relação a agosto passado, o crescimento foi mais forte, 22%. Lembrando que em agosto de 2021 já havia um movimento de recuperação de entrega das usinas, fazendo com que nossas vendas fossem um pouco piores. Nos últimos 12 meses, também houve recuperação das vendas e já é vista alta de 1,8%”, explicou o presidente do Inda, Carlos Loureiro.
De acordo com o Inda, a expectativa do setor de distribuição para setembro é de crescimento de 3% nas compras e de queda de 1% nas vendas frente a agosto.
“De qualquer maneira, se essa venda menor for confirmada, nós vamos ter de janeiro a setembro um crescimento de 4,6%. Saímos de 3,6% para 4,6%. Então, nossa expectativa para o fechamento do ano é de um crescimento acima de 5%”, disse Loureiro.
Em relação aos estoques, em número absoluto, em agosto foi registrada alta de 2% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 822,2 mil toneladas, contra 806,2 mil. O giro de estoque fechou em 2,5 meses.
“Se confirmarem os níveis de compras estimados e de vendas em setembro, o estoque vai para 2,6 meses. O estoque continua bem comportado. Se a gente olhar a nossa média histórica, que é de 3,2 meses, estamos abaixo, o que é muito bom em uma época de volatilidade de preços, onde temos dificuldades de saber se estamos comprando no preço certo”, disse o representante do Inda.
Comércio exterior
Em relação às importações, as mesmas encerraram agosto com alta de 34% em relação ao mês anterior, com volume total de 147,7 mil toneladas, ante 110,2 mil registradas anteriormente. Segundo o Inda, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando as importações do setor chegaram a 189,7 mil toneladas, as negociações registraram queda de 22,1%. De janeiro a agosto, as importações estão 20% menores.
Preços devem cair
Em relação aos preços, Loureiro explicou que a tendência de queda dos valores internacionais, que contaminava o mercado interno, foi interrompida. Segundo ele, no País, o preço atual está cerca de 10% menor frente ao visto em abril, quando foram anunciados os últimos grandes aumentos pelas usinas, que foi em torno de 15% a 16%, aplicados em maio e junho.
“Os preços pararam de cair no mundo, não tanto pela demanda, mas por alguns problemas de oferta. A Europa tem diversas usinas siderúrgicas suspendendo produção em função do problema do custo de energia. Então, isso está impactando fortemente a oferta, embora o consumo não esteja crescendo na Europa, está, de certa maneira, caindo em função da inflação e dos dos reflexos desses problemas de energia. De qualquer maneira, a oferta está abaixo da demanda, por isso, os preços deixaram cair”, disse o presidente do Inda.
Ouça a rádio de Minas