Vendas de apartamentos sobem 78,67%

A baixa dos rendimentos da poupança e de investimentos, como renda fixa, além da melhoria das condições de financiamento de imóveis, deu grande impulso ao setor da construção civil. Entre janeiro e maio as vendas de apartamentos em Belo Horizonte e Nova Lima avançaram 78,67% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.
O resultado é recorde para o período, de acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
“Nos primeiros cinco meses de 2016, foram vendidas 1.791 unidades. Este ano, no mesmo período, foram vendidas 2.113”, comemorou o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Renato Ferreira Machado Maciel.
Além disso, o número de lançamentos também está em ascensão. De janeiro a maio de 2021 foram registrados 1.956 novos projetos, outro recorde para este mesmo período.
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Em Belo Horizonte, estão sendo vendidas mais de 400 unidades de apartamentos novos por mês.
Apesar do custo do material de construção e das matérias-primas utilizadas na construção dos novos apartamentos, o que provoca certo aumento nos valores dos imóveis, as unidades vendidas têm preços que variam entre R$ 215 mil e R$ 2 milhões.
“Em relação aos cinco primeiros meses de 2020, de janeiro a maio de 2021, tivemos aumento de 78,67%. Se comparado a abril, quando foram vendidas 490 unidades, o último mês de maio teve uma queda de 17,96%, vendendo 402 unidades”, afirmou.
Média em Nova Lima
As vendas de apartamentos novos em Nova Lima também estão aquecidas. Embora em maio tenham sido vendidas 395 unidades, em abril foram registradas 511 vendas de apartamentos novos no município, principalmente nas regiões dos bairros Vila da Serra e Vale do Sereno, vizinhas ao Belvedere. “Houve uma queda de 22, 7% em maio, mas devido ao grande número de vendas registrado em abril. A procura por imóveis residenciais nessa região está muito alta”, afirmou.
Empregos
O aquecimento da construção civil também repercutiu positivamente para a geração de empregos em Belo Horizonte. De acordo com Maciel, só nos cinco primeiros meses deste ano foram contratados 7.936 trabalhadores. “Pelo menos 4.639 deles estão trabalhando na construção de edifícios”, afirmou.
Segurança
Apesar da alta do custo de matéria-prima usada na construção civil, que é repassada aos consumidores, conforme Maciel, investir na compra de apartamentos tende a render mais que aplicações como a poupança, uma vez que os aluguéis acabam tornando-se uma fonte extra de renda.
“A facilidade do financiamento acaba ajudando até quem não dispõe de todo o capital para empreender. Os investimentos em imóveis são mais seguros que outros como a bolsa, por exemplo”, explicou.
Conforto
Outro fator que explica o aumento da demanda é a mudança da forma de emprego. “Como muitos estão ficando mais em casa, estão investindo em conforto. Como existe a tendência à adesão ao trabalho híbrido, é preciso dispor de espaços que permitam que isso aconteça de forma aprazível”, afirmou.
A procura por apartamentos novos está maior que a oferta de terrenos
De acordo com o vice-presidente do Sinduscon-MG, considerando que em média são vendidas 400 novas unidades por mês, a falta de terrenos disponíveis para a construção civil em Belo Horizonte e as dificuldades para a aprovação de projetos, fruto da legislação adotada na Capital, podem impedir que as construtoras atendam a demanda após os próximos seis meses.
“Com as vendas superando o número de lançamentos, o estoque de unidades novas disponíveis para comercialização voltou a cair e fechou o mês de maio de 2021 em 2.618 (unidades habitacionais). Esse é o menor patamar para um mês de maio desde 2016, ano do início do Censo Imobiliário”, ressaltou
Ainda conforme Maciel, enquanto Belo Horizonte possui cerca de 2.600 terrenos aptos à construção de novas unidades, capitais como Porto Alegre e Curitiba têm respectivamente 6.000 e 8.000 áreas que podem ser aproveitadas pelo setor.
Além da falta de oferta de terrenos, para Maciel a burocracia originada das exigências da legislação municipal e do Plano Diretor em vigor prejudicam a agilidade na venda de novos apartamentos em Belo Horizonte.
“Isso está fazendo com que muitos prefiram comprar apartamentos novos em Nova Lima, ou se estão em uma faixa mais baixa de renda em cidades como Contagem e Betim. Quando se mudam para lá, passam a consumir e gerar riquezas nas cidades onde vivem”, afirmou.
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