Mesmo com restrições, vendas de bebidas aumentam 12% no Carnaval de Belo Horizonte

Embalado por resultados recordes em público e receita, o setor de bebidas em Belo Horizonte registrou crescimento de 12% no Carnaval em 2025. Apesar dos desafios em decorrência de restrições, os avanços na comparação com o ano anterior ficaram dentro das expectativas, conforme aponta o Sindicato das Indústrias de Cervejas e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas).
Em destaque pela variedade e custo-benefício, as cervejas permaneceram como a bebida mais consumida pelos foliões. Em seguida, a categoria de bebidas alcoólicas mistas segue ganhando espaço no mercado, impulsionada por novos sabores e pela consolidação de marcas mineiras, como Xá de Cana, Off Tropical, Lambe Lambe, A Equilibrista e Xeque Mate.
De acordo com o presidente do SindBebidas, Mario Marques, os resultados mostraram a força do setor e a criatividade das indústrias mineiras, que atenderam a múltiplos públicos e democratizaram a qualidade dos sabores. “A diversidade de produtos foi um dos fatores importantes para os bons resultados deste ano. Cada vez mais, as pessoas procuram por novas experiências e as bebidas estão se destacando cada vez mais nesse perfil”, pontua.
Também em crescimento, o consumo de bebidas, como cachaça e gin também se destacou, tanto em bares e restaurantes quanto no preparo de drinks caseiros durante do Carnaval em Belo Horizonte. Para a categoria, a ascensão é resultado da crescente cultura de coquetelaria na capital mineira, que celebra a arte de misturar bebidas, ingredientes e técnicas para a criação de novos sabores.
Carnaval 2026: setor espera maior diálogo com a prefeitura para ajustes no edital
A restrição na comercialização de bebidas, uma das maiores preocupações do setor para este ano, não prejudicou as vendas durante o Carnaval. A exigência presente no edital que beneficia o patrocinador master, foi alvo de contestações na Justiça para a livre comercialização dos produtos.
Segundo Marques, apesar de não conseguirem a tempo uma liminar, a permanência da fiscalização não resultou em prejuízos extremos para comerciantes e ambulantes. “Acredito que houve bom senso por parte da prefeitura. Os blocos que fecharam parcerias antes do patrocínio foram respeitados e os bares puderam comercializar as bebidas já compradas”.
No entanto, o setor reforça a importância de maior abertura do Executivo municipal para um diálogo conjunto, que valorize marcas locais e amplie as possibilidades de patrocínio. Dentre as sugestões, estão a divisão do patrocínio por praças, que permitirá com que mais empresas participem da maior festa do ano na cidade.
A expectativa, de acordo com o dirigente, é acabar com o monopólio observado neste Carnaval, que desestimula a categoria em Belo Horizonte, que se prepara durante todo o ano e depende dos bons resultados para a ampliação dos negócios. “Esperamos um diálogo mais aberto para que isso não aconteça em 2026. Se persistirem as mesmas condições, estamos prontos para impugnarmos o edital e garantirmos uma solução justa para todas as partes”, acrescenta.
A medida é vista como crucial para o avanço do setor na próxima folia, cujas vendas devem crescer 15% na comparação com os atuais resultados. “A cada ano, o setor está aprimorando mais para realizar mais vendas. Além disso, os ambulantes estão se organizando cada vez mais e o público tem um alto potencial de consumo”, conclui.
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