Vendas de carros usados avançam 9,8% em Minas Gerais

As vendas de carros usados em Minas Gerais continuam em alta, impulsionando o setor automotivo no País. O Estado encerrou o mês de setembro com 149.660 automóveis comercializados. Este volume de vendas equivale a um crescimento de 9,8% em relação aos três primeiros trimestres de 2022, período em que 1.238.159 carros foram vendidos. Os números compõem a mais recente análise divulgada pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).
O maior volume de comercializações no Estado foi em Belo Horizonte. Na capital mineira, segundo a Fenauto, as vendas de setembro chegaram aos 38.915 veículos revendidos.
Entre os modelos mais vendidos em Minas Gerais, destaca-se o modelo da fabricante Volkswagen, o Gol, com a liderança com 10.214 unidades comercializadas em setembro. Em segundo lugar, o Fiat Uno registrou 7.443 vendas, seguido do Fiat Palio, garantindo a terceira posição com 6.830 carros vendidos.
Em todo o território nacional, o setor de usados registrou em setembro a comercialização de 1.183.680 unidades. No acumulado do ano, foram 10.627.886 automóveis revendidos frente os 9.770.370, representando avanço de 8,8% em relação ao mesmo intervalo de 2022. A expectativa da Fenauto, aliás, é de chegar aos 15 milhões de unidades revendidas até o final do ano.
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Tendência é de moderação entre os usados, e de queda para os mais novos, diz especialista
Segundo o professor de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ricardo Ruiz, os números demonstram a preferência dos consumidores mineiros por automóveis mais econômicos e mais compactos, que são os modelos de tamanho médio, normalmente hatchback, do qual o compartimento do porta-malas é integrado.
“Há uma certa tendência de que não somente em Minas, mas em todo o País, por conta de várias circunstâncias econômicas, a procura pelos veículos usados tenha um desempenho mais moderado. Por outro lado, vemos uma queda no que se diz respeito ao mercado de veículos novos, por exemplo”, frisa o especialista.
O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Junior, aponta que pode haver melhora dos números nos próximos meses. “Mesmo com ligeira queda nos números em relação ao mês anterior, os dados indicam uma estabilidade para as revendas que continuam aquecendo o segmento como um todo”, diz. “As lojas seguem com bons estoques e as perspectivas para os próximos meses são positivas”, acrescenta.
Indústria automotiva também teve resultados otimistas em setembro
No que diz respeito à indústria automotiva, o setor registrou um aumento de 2,6% nas vendas de carros 0 Km durante o mês de setembro, totalizando 61.472 unidades emplacadas. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a projeção é de um aumento de 5,6% nas vendas de carros novos em 2023 em relação ao ano passado.
Os meses de julho, agosto e setembro apresentaram um desempenho positivo, levando a entidade a prever este crescimento acima do esperado, com a estimativa de 2,222 milhões de automóveis vendidos em 2023. O estudo aponta um recorde de vendas em setembro alcançado pela montadora chinesa BYD, com o modelo BYD Dolphin. No mês, foram vendidas mais de 1.036 unidades desse veículo 100% elétrico, um feito inédito no mercado.
Há fatores externos e internos para essa performance. Embora o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos esteja impactando o valor do dólar, que recentemente atingiu o patamar mais alto desde março, analistas apostam em uma queda nos juros no Brasil. A expectativa é que a taxa encerre 2023 em 11,75% e atinja 9% em 2024.
Outro dado positivo é a taxa de desemprego, que registrou queda no trimestre encerrado em agosto, chegando a 7,8%, de acordo com o IBGE. Esse é o menor índice desde 2015, comparado ao mesmo período de 2022.
“A sinalização da queda dos juros, elevação do PIB e redução do desemprego sinalizam otimismo para o mercado, contribuindo e aquecendo o setor de seminovos. A expectativa é que a indústria automotiva também continue puxando a economia, como tem sido historicamente”, afirma Glenio Junior.
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