Economia

Vendas de carros usados têm avanço de 25,6% em MG

Fenauto e Assovemg avaliam que demanda seguirá alta, mesmo com incentivos para carros 0 km
Vendas de carros usados têm avanço de 25,6% em MG
Em Belo Horizonte, foram comercializados 43.768 automóveis em maio, aumento de 22,8% em relação às 35.628 unidades negociadas em abril | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

As vendas de carros usados superaram, mais uma vez, as de veículos zero, encerrando maio com alta de 25,6% em relação ao mês anterior. Os dados são da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) e de acordo com  análise da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), os níveis de comercialização devem continuar crescendo. 

As entidades avaliam que as medidas anunciadas pelo governo federal para incentivar o consumo de veículos 0 km não devem atrapalhar o desempenho positivo do setor no decorrer dos próximos meses.

De acordo com a Fenauto, em Minas Gerais foram 165.167 unidades comercializadas em maio, incremento de 25,6% se comparado ao mês anterior, quando foram vendidos 131.497 veículos. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2023, foram negociados 732.759 carros, indicando alta de 26,9% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram comercializados 577.647 veículos.

Já em Belo Horizonte, foram 43.768 automóveis vendidos em maio, representando aumento de 22,8% em relação a abril, quando foram comercializados 35.628 veículos. No acumulado do ano, a soma de 2023 chegou a 195.839, alta de 31,5% em relação aos 148.913 de 2022. 

“Estamos com esse bom desempenho devido ao alto preço do carro 0 km. Os altos valores afugentam o consumidor do veículo novo, pois com uma mesma quantia, ele consegue comprar um seminovo na garantia e com mais opcionais”, analisa o presidente da Assovemg, Glenio Junior.

Sobre os incentivos dados pelo governo federal para as vendas de carros novos, o presidente da associação é bem otimista. Ele acredita que o impacto será pequeno e a redução dos valores dos carros usados também. 

“A proposta anterior do governo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos preocupava, mas diante da oferta do crédito tributário de R$ 500 milhões, estamos fazendo uma projeção de este montante acabar em no máximo 60 dias”, explicou.

Glenio Junior ressalta que o valor é pequeno e mesmo estando disponível por 120 dias, eles acreditam que deve durar pouco, retomando o mercado. “O preço do carro usado deverá baixar um pouco, mas acreditamos que os percentuais não atrapalharão nosso ritmo de crescimento”, aposta.

O dirigente espera ainda que haja um aquecimento nas vendas de carros neste mês, isso porque, além dos consumidores estarem esperando as medidas serem anunciadas, as montadoras e concessionárias registraram milhares de cancelamentos de pedidos de compra em todo o Brasil. “As pessoas que tinham intenção de comprar, agora, farão suas escolhas. Por isso acreditamos num mercado fortalecido”, argumenta.

Para ele, as promessas de redução dos preços dos carros, mesmo que pequenas, terão rápido efeito e darão competitividade ao mercado, mantendo-o aquecido. 

Média nacional é inferior que a mineira

Ainda de acordo com dados da Fenauto, no mês de maio foram comercializadas 1,274 milhão de unidades de carros usados no Brasil, um crescimento de 22,6% em comparação a abril, quando foram vendidos 1,039 milhão de veículos. E no acumulado do ano, o crescimento chega a 26%, registrando 5,675 milhões de veículos vendidos frente aos 4,879 milhões de 2022. Números abaixo da média do Estado.

Medidas do governo federal

A medida provisória do governo federal, válida desde o dia 6 de junho, cria faixas de descontos para veículos populares que variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil, podendo as montadoras adotar mais descontos, se assim quiserem. Os descontos adotam critérios diversos definidos pelo governo como eficiência energética, preço e conteúdo nacional. Anunciada no dia 25 de maio, a iniciativa sofreu ajustes e foi publicada com alterações da proposta inicial.

Anteriormente, o programa previa a redução de impostos para baixar o preço final dos carros populares em até 10,96%. A proposta valeria para carros com valor final de até R$ 120 mil. Porém, no texto final, a isenção foi retirada e substituída pela concessão de créditos tributários. Ou seja, ao invés da redução direta de impostos, foram oferecidos descontos diretos nos preços dos veículos e as montadoras abaterão os tributos devidos à União.

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