Vendas de cimento têm queda de 2,7%

O consumo interno de cimento chegou a 30,585 milhões de toneladas no primeiro semestre no País. O resultado representa queda de 2,7% sobre as 31,435 milhões de toneladas dos seis primeiros meses de 2021. O Sudeste se manteve como maior consumidor nacional, sendo responsável por 14,208 milhões de toneladas neste ano, baixa de 4,4% em relação às 14,856 milhões de toneladas do exercício passado.
Os dados preliminares foram divulgados ontem pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), que estima que a boa performance do triênio 2019/2021 não deverá se repetir em 2022. A entidade projeta queda entre 1% e 2% para o setor neste exercício e classificou a primeira metade do ano como “difícil” para a economia brasileira, diante do contexto de juros altos e em ascensão, inflação elevada e massa salarial em patamares ainda preocupantes.
Conforme o sindicato, a indústria do cimento espera para os próximos meses um cenário econômico e político ainda mais turbulento e observa com preocupação o comportamento do consumo de cimento no País.
”O sucessivo agravamento do ambiente econômico, as altas das taxas de juros, a inflação e os preços das commodities somadas à instabilidade geopolítica, causada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, têm impactado a economia e todo setor industrial brasileiro. Diante desse cenário, a expectativa da indústria do cimento em assegurar os ganhos obtidos de 2019 a 2021 caminha para uma indesejável frustração”, resume o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna.
Vendas de cimento
A venda total do semestre chegou a 30,778 milhões de toneladas, recuo de 2,7% frente ao mesmo período de 2021. Naquela época o volume foi de 31,646 milhões de toneladas. As exportações somaram 193 mil toneladas neste ano e 211 mil toneladas no ano passado.
Quanto ao consumo interno, em termos de regiões, além do Sudeste, destacou-se ainda o Nordeste. A região foi responsável por 6,034 milhões de toneladas nos seis primeiros meses de 2022. De janeiro a junho de 2021 foram 6,334 milhões de toneladas, o que resulta em queda de 4,7% entre os períodos.
O Sul também teve destaque. Ao todo foram 5,364 milhões de toneladas na primeira metade deste exercício contra 5,375 milhões de toneladas no primeiro semestre de um ano antes. Neste caso houve estabilidade.
Resultado mensal
O mês de junho atingiu 5,2 milhões de toneladas comercializadas em todo o País. Na comparação com o mesmo período de 2021 foi apurada redução de 5,3%. Além disso, ao analisar o despacho de cimento por dia útil em junho de 225,4 mil toneladas, há uma diminuição de 5% sobre junho do ano passado e de 3,4% em relação ao primeiro semestre de 2021.
Apenas no Sudeste foram 2,433 milhões de toneladas no último mês, queda de 4,4% sobre junho do ano passado (2,556 milhões de toneladas).
Conforme o Snic, o conflito entre Rússia e Ucrânia e a imprevisibilidade de seu fim segue pressionando os insumos energéticos. O preço do coque de petróleo, principal fonte de energia para a indústria do cimento, subiu 73,5% nos últimos 12 meses. No âmbito doméstico, energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários também vem tendo forte incremento de preços.
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