Vendas de combustíveis registram alta em Minas

A evolução do processo de vacinação contra a Covid-19 e a maior reabertura das atividades econômicas, incluindo o processo de volta às aulas, estão contribuindo para a recuperação do consumo de combustíveis em Minas Gerais.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no acumulado do ano até maio, as vendas de gasolina subiram 6,7% frente a igual período de 2020. Também foi vista alta de 6,1% no consumo de etanol hidratado e de 13,8% no de diesel. A estimativa é de que o mercado continue aquecido ao longo dos próximos meses.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Carlos Guimarães, os números do setor são positivos e, em alguns combustíveis, já estão superando os resultados do mesmo período de 2019.
“Estamos vendo o mercado de combustíveis se recuperando e voltando aos patamares de 2019. Nós tivemos um resultado em maio de 2021 bem melhor que o anterior, o que mostra que estamos superando a crise gerada pela pandemia”, disse.
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No caso da gasolina, entre janeiro e maio, o consumo em Minas alcançou 1,3 milhão de metros cúbicos, variação positiva de 6,7% sobre o mesmo período de 2020. Na comparação entre maio de 2021, quando o consumo somou 292,1 mil metros cúbicos, com maio de 2020, a elevação ficou em 21,3%, e no confronto com maio de 2019, a alta é de 5,14%.
Avanço também foi visto no consumo de etanol hidratado. Ao longo dos primeiros cinco meses de 2021 foram vendidos 1,12 milhão de metros cúbicos, incremento de 6,1% frente ao mesmo período de 2020. Somente em maio, a comercialização somou 214,7 mil metros cúbicos de etanol, variação positiva de 12,5% sobre maio de 2020.
No caso do diesel, Minas Gerais comercializou 2,9 milhões de metros cúbicos entre janeiro e maio, o que representa um avanço de 13,8% sobre os primeiros cinco meses de 2020. Somente em maio, o volume vendido cresceu 15,6% sobre maio de 2020, atingindo um total de 623,4 mil metros cúbicos. O volume ficou 6% maior quando comparado com maio de 2019.
Dentre os fatores que contribuem para o aumento da demanda pelos combustíveis, segundo Guimarães, estão o avanço da vacinação contra a Covid-19, a reabertura das atividades econômicas, a retomada das aulas e a expectativa de recuperação da economia.
“Se o cenário continuar positivo, sem uma nova onda da pandemia, acreditamos que vamos encerrar 2021 com números positivos. Já estamos vendo uma maior movimentação de carros nas ruas e o comércio funcionando mais próximo do normal. Além disso, com o retorno das aulas, a tendência é que o consumo de combustíveis suba mais”, avaliou.
Apesar da expectativa positiva, os constantes aumentos dos preços dos combustíveis são um dos desafios. “Os reajustes podem interferir de forma negativa na demanda pelos combustíveis. Os preços da gasolina, por exemplo, já acumulam alta próxima a 50% no acumulado deste ano. Certamente estas altas prejudicam a retomada”, disse Guimarães.
Produção de combustíveis
Em relação à produção, os dados da ANP mostram que na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a produção de gasolina A somou 158,8 mil metros cúbicos em maio, variação positiva de 51% frente a maio de 2020. A produção acumulada nos cinco meses do ano está 15,3% superior e somando 784,5 milhões de metros cúbicos.
Já a produção de etanol caiu 7,3% entre janeiro e maio de 2021 frente a igual período do ano passado, com a fabricação de 405,1 mil metros cúbicos. Em maio, foi produzido o maior volume mensal de 2021, 231,239 mil metros cúbicos, queda de 1,55% frente a maio de 2020.
No caso do diesel, a produção já soma 1,4 milhão de metros cúbicos, elevação de 9,6% frente à produção dos primeiros cinco meses de 2020. No confronto de maio 2020 com igual mês de 2021, a produção saiu de 265,7 mil metros cúbicos para atuais 312,2 mil metros cúbicos, 17,47% superior.

Operação Petróleo Real alcança 81 postos fiscalizados no Estado
Oitenta e um postos de combustíveis foram fiscalizados em Minas Gerais, até o momento, por meio da Operação Petróleo Real, deflagrada nesta semana em todo o País. Foram fiscalizados ontem (8) e na terça-feira (6) 29 postos de combustíveis em Belo Horizonte e região metropolitana e cinco em Lavras, no Sul de Minas. Outros postos de cidades do interior também foram fiscalizados pelas equipes integradas, somando 81 estabelecimentos em todo o Estado. Os números são da última atualização da operação, que ainda está em andamento.
As inspeções verificam, entre outros itens, a qualidade do combustível, a validade dos produtos, a integridade das bombas de abastecimento, a transparência da composição dos preços ao consumidor e outras infrações administrativas e criminais.
A operação é inédita e faz parte de uma mobilização nacional coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e capitaneada, em Minas, pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Há a participação e operacionalização efetiva da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Procons Municipais, Procon Estadual, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – Núcleo Regional Minas Gerais (ANP-MG), Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais (Ipem-MG), Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e também o apoio da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG).
A deflagração foi feita simultaneamente em 24 estados e no Distrito Federal. Em Minas, as vistorias foram integradas, e segundo o superintendente de Integração e Planejamento Operacional da Sejusp, Bernardo Naves, “a integração de tantas instituições proporciona uma vistoria completa nos postos inspecionados, verificando também a questão de sonegação de impostos, qualidade do combustível, integridade das bombas e equipamentos e questões de segurança”.
Segundo o superintendente, a Petróleo Real é também um trabalho de prevenção junto aos postos, fabricantes e consumidores quanto à necessidade das garantias de que o combustível seja de boa qualidade e que o consumidor pague de fato por aquilo que está adquirindo. “A Sejusp trabalha em toda essa operação fazendo a articulação entre as forças e as agências fiscalizadoras para que o trabalho integrado verta frutos importantes para a população mineira”, conclui Bernardo.
Os postos vistoriados foram indicados pelas próprias instituições, sendo que boa parte deles já apresentou irregularidades em fiscalizações passadas. O controle e a fiscalização de postos de combustíveis são feitos regularmente pela ANP, Ipem-MG/Inmetro e Procon. O apoio das polícias vem como um trabalho de repressão de práticas abusivas e criminais, protegendo a economia e o direito dos consumidores.
Monitoramento – O monitoramento da operação está sendo realizado pelo Centro Integrado de Comando e Controle Estadual (CICC), estrutura pertencente à Sejusp, e integrada com as forças de segurança pública de Minas Gerais, juntamente com outras instituições.
Durante os dias da operação, ANP, Ipem-MG e o Fórum de Procons Municipais também participaram da monitoração, disponibilizando servidores para dar apoio in loco no centro. Ao todo, quinze equipes formadas por integrantes das instituições participantes atuaram na operação, sendo nove na RMBH e duas em Lavras.
A diretora-geral do Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais (Ipem-MG), Melissa Barcellos Martinelle, explica que a fiscalização das bombas de combustíveis é uma atividade rotineira do Ipem-MG. Segundo ela, o principal objetivo deste tipo de ação é regular o mercado, garantindo que os consumidores recebam realmente a quantidade de produto que está sendo indicado na bomba medidora. Já para o empreendedor, o objetivo é contribuir para assegurar a concorrência justa do setor.
Melissa destaca ainda que a operação “contribui para combater as fraudes no setor, inibindo a atuação das organizações criminosas. Em Minas Gerais, estamos com 15 equipes do Ipem-MG, nos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Lavras, Muriaé, Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia, Janaúba, Itajubá e Passos”, observa.
Balanço parcial – Até o momento seis postos de combustíveis em Belo Horizonte, pertencentes a um mesmo dono, foram interditados totalmente pela ANP. Nas amostras colhidas nestes locais foi encontrada a presença de metanol na gasolina vendida. A substância, que é altamente tóxica e inflamável, é consumida bem mais rápida pelo veículo em comparação à gasolina não adulterada.
Até o fechamento do balanço parcial foram: 204 bombas aferidas; 44 bicos de bombas irregulares; 81 postos fiscalizados e 24 postos autuados. Das bombas fiscalizadas pelo Ipem-MG até o momento, 38 estavam com irregularidades. Os principais erros encontrados foram bombas entregando menos combustível que o valor abastecido pelo consumidor e vazamentos nos equipamentos.
O balanço total dos trabalhos será divulgado hoje, com o fechamento dos dados da operação em todo o País. (Agência Minas)
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