Economia

Vendas de roupas e acessórios crescem mais de 10% com frio

Demanda surpreendeu setor na Capital
Vendas de roupas e acessórios crescem mais de 10% com frio
Crédito: Marcelo Camargo/ABr

As temperaturas baixas que se instalaram sobre diversas regiões do País e do Estado nos últimos dias ganharam não só as redes sociais, mas as ruas da capital mineira. Enquanto os memes sobre o frio circulavam, as pessoas buscavam roupas e acessórios para espantar as sensações que há muito tempo não eram registradas pela meteorologia.

As entidades que acompanham as vendas desses itens no comércio varejista, por exemplo, apontam crescimento acima de 10%, sendo que, em alguns casos, a variação é superior até mesmo ao movimento pré-pandêmico. 

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos de Belo Horizonte (Sincateva-BH), Lúcio Emílio de Faria Júnior, os comerciantes tiveram, em certa medida, uma surpresa com a busca nas lojas. “A demanda foi muito maior do que a gente tinha nas prateleiras e deu um boom no comércio. A procura pelas roupas de frio aquece bastante as vendas”, afirma.

Ainda de acordo com Faria, a estimativa é que o crescimento que será auferido diante do movimento seja de 15% a 20% superior àquele registrado no ano passado. Ele ressalta que as expectativas são para que o fluxo siga alto, principalmente com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço que estão sendo liberados pelo governo federal, além da antecipação do décimo terceiro salário para aposentados, o que, para ele, são iniciativas importantes para o crescimento do comércio. 

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Patamar pré-pandemia

O empresário da Lay Jeans e presidente da Associação Comercial do Barro Preto (Ascobap), José Paulino Pires, afirma que o inverno é comparado a um segundo Natal para os lojistas. “Demorou muito para esfriar e, agora que as temperaturas baixaram, o negócio melhorou muito. A preocupação agora é com os estoques na indústria, caso a demanda continue aquecida como está”, analisa. 

Pires complementa que a pandemia da Covid-19 desengrenou a economia e desestabilizou o mercado de trabalho. Uma segunda preocupação está relacionada à mão de obra. “A dificuldade com a força de trabalho ocorre por falta de qualificação e também pela falta de pessoas para suprir a demanda das confecções. Muitas pessoas que antes estavam nas fábricas tomaram outros rumos desde o início da pandemia”, afirma.  

Conforme acredita o presidente do Sincateva-BH, Pires concorda que as vendas devem continuar em alta nos próximos meses. Ele estima que a Lay Jeans teve uma saída 10% superior àquelas comercializações efetivadas no ano anterior ao início da pandemia da Covid-19 (2019). Ele afirma que, apesar de manter uma postura positiva, os empresários devem acreditar na volta do comércio. 

“A engrenagem demora um pouco para voltar ao normal. Nós sabemos que o processo de produção é muito longo, desde o plantio do algodão até chegar à confecção. E as pessoas estão apresentando uma demanda que ficou parada por muito tempo. Está na hora de voltar a acreditar”, complementa. 

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