Economia

Vendas de seminovos e usados crescem 11,9%

Vendas de seminovos e usados crescem 11,9%
Vendas, contudo, tiveram queda em relação a março de 2021 | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

As vendas de veículos seminovos e usados em Minas Gerais encerraram março com alta de 11,9% frente a fevereiro. O crescimento foi considerado importante para o setor, que ainda acumula queda de 27,4% nas vendas efetuadas ao longo do primeiro trimestre. A expectativa é que a comercialização continue aquecida ao longo dos próximos meses e que a retração vista até agora seja revertida. Os preços mais acessíveis dos usados e seminovos frente ao carro zero e o atraso nas entregas dos novos são fatores que vão manter a demanda em alta. 

Conforme os dados da  Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), ao longo de março, foram vendidos 116.879 veículos no Estado, volume que supera em 11,9% o registrado em fevereiro (104.437), mas ainda abaixo de março de 2021 (170.113).

Com o resultado de março, no ano, as vendas já somam 322.267 unidades, volume que está 27,4% menor que o registrado nos primeiros três meses de 2021,quando a comercialização somou 443.916 veículos.

De acordo com o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Leonardo de Oliveira Junior, o aumento das vendas de veículos usados e seminovos em março foi importante para o segmento e a tendência é que a demanda se mantenha aquecida nos próximos meses.  

“Em Minas Gerais, tivemos uma alta de 11,9% sobre fevereiro, o que foi importante para o setor. É interessante destacar também que na Grande Belo Horizonte, a comercialização dos veículos ficou 16,1% maior em março se comparado com fevereiro. Vários fatores têm influenciado de forma positiva no resultado, como a falta de carros novos no mercado, o que tem aumentado a busca por veículos seminovos de até 3 anos. Além disso, com a tendência de aumento dos juros, as pessoas têm antecipado a compra”.

Ainda segundo Oliveira, com a pandemia de Covid-19, muitas pessoas estão buscando investir em um carro próprio para evitar o transporte público. A redução dos carros de aplicativos, efeito do aumento do combustível,  também ajuda o setor a vender mais. 

Mesmo com os juros mais altos, Oliveira explica que o setor não foi prejudicado. “O financiamento dos veículos é baseado em vários fatores como, por exemplo, o escore do comprador. Apesar dos juros mais altos, ainda tem financiamento com taxas muito atrativas”.

Em relação aos preços dos veículos usados e seminovos, os valores estão registrando altas menos expressivas que as vistas nos últimos anos e já tem vários modelos sendo comercializados abaixo do valor da tabela Fipe. Isso acontece porque a oferta está mais equilibrada com a demanda.

“A valorização de preços varia muito conforme o modelo e as condições dos carros. Mas, nos primeiros três meses do ano, registramos um aumento médio de 3% a 5% na cotação. É importante ressaltar que vários modelos já estão com preços abaixo da tabela Fipe, o que também favorece as vendas do setor”.

A tendência é que o mercado dos seminovos e usados se mantenha aquecido. Oliveira explica que a Rússia, país em guerra com a Ucrânia, é fornecedor de insumos da cadeia automotiva mundial. Com o conflito, pode haver novos desabastecimentos das montadoras e menor oferta de veículos novos, o que estimularia a demanda pelos usados.  

Categorias

Ao longo de março, a comercialização de seminovos foi a que mais avançou frente a fevereiro. Ao todo, foram 18.447 unidades, aumento de 18,3%. Porém, no ano, a queda nos segmento é de 19,3%, somando a venda de 48.786 veículos. 

Nos automóveis de quatro a oito anos, a elevação ficou em 11,5% em março frente a fevereiro, com as vendas totalizando 27.651 unidades. No trimestre, cujas vendas somam 77.171 unidades, o resultado ficou 37,9% menor.

Os carros com idade entre nove e 12 anos apresentaram aumento nas vendas de 9,5% em março, somando 27.884 veículos comercializados. Queda de 30% foi verificada no trimestre. 

Na categoria de carros acima de 13 anos foram vendidos 42.897  automóveis, representando uma elevação de 11,1% quando comparada com o mês anterior. No trimestre, o resultado ficou 20% menor, com a venda de 118.278 unidades.  

Comercialização de veículo novo recua

São Paulo – A comercialização de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em março recuou 22,5% sobre um ano antes, para 146,8 mil unidades, informou ontem a associação de distribuidores, Fenabrave.

Na comparação com fevereiro, mês mais curto, as vendas de março avançaram 10,95%, segundo os dados da entidade.

Com isso, no primeiro trimestre, os emplacamentos de veículos no País acumularam queda de 23,15% na comparação com os três primeiros meses de 2021, para 405,6 mil unidades.

A indústria vem citando problemas com capacidade de entrega das fábricas, prejudicada por escassez de componentes que incluem sistemas eletrônicos. Anteontem, a fabricante de caminhões e ônibus Mercedes-Benz anunciou 15 dias de férias coletivas para 5,6 mil funcionários em São Paulo e Minas Gerais para lidar com o problema de falta de peças.

“A variante Ômicron afetou a produção de diversos componentes industriais e a venda de veículos, no início do ano”, afirmou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., em comunicado à imprensa.

“Em seguida, houve o conflito entre Rússia e Ucrânia, que deixou muitos consumidores preocupados, especialmente, com os preços dos combustíveis. Esta elevação (nos preços dos combustíveis) impacta na decisão de compra dos consumidores de veículos e reflete no desempenho do setor”, acrescentou.

A Fenabrave resolveu manter suas projeções divulgadas em janeiro para 2022. Com isso, a entidade segue esperando que as vendas de carros e comerciais leves este ano subam 4,4%, para 2,06 milhões de unidades. A expectativa para caminhões é de expansão de 7,3%, para 136,6 mil veículos, enquanto para ônibus a estimativa é de venda de 19.180 unidades, crescimento de 8% ante 2021.

Em março, todos os segmentos cobertos pela Fenabrave, que ainda incluem motocicletas e implementos rodoviários, apresentaram crescimento de vendas frente a fevereiro, com destaque para altas de 51,3% em ônibus e de cerca de 25% em caminhões. Os licenciamentos de motocicletas tiveram expansão de 47% no mês passado ante fevereiro, para 110,1 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave. (Reuters)

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