Vendas de veículos novos avançam 12,5% no Estado

A venda de veículos novos em Minas Gerais voltou a crescer no último mês. Após registrar a comercialização de 36.636 unidades em fevereiro, o Estado teve um crescimento de 12,46% no número, chegando a 41.189 em março. No entanto, a comparação com o mesmo período do ano passado demonstra um cenário de baixas: neste ano, o mês de março teve um recuo de 16,30% em relação a março de 2021, quando foram vendidos 49.213 veículos — ou 8.000 a menos.
Os dados foram levantados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Durante a divulgação, a entidade pontuou que a análise do mercado de veículos passa por diversos fatores internos e externos. “A variante Ômicron afetou a produção de diversos componentes industriais e a venda de veículos, no início do ano. Em seguida, houve o conflito entre Rússia e Ucrânia, que deixou muitos consumidores preocupados, especialmente com os preços dos combustíveis”, afirmou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior.
A escassez de matérias-primas utilizadas na fabricação de carros não é uma questão nova. Pelo contrário, desde o início da pandemia da Covid-19, essa ainda é uma dificuldade enfrentada pelo setor e pela indústria de forma geral. Nesse sentido, o diretor-executivo da Banzai Honda, Gabriel Lucian, aponta que nas concessionárias da rede ainda há falta de automóveis e filas de espera para a chegada de algumas das versões comercializadas pela marca.
A situação no Leste europeu também é destacada por Lucian como uma realidade que impulsiona as dificuldades do setor, principalmente no que diz respeito à logística e aos preços. Ademais, corroborando com a análise da Fenabrave, o diretor-executivo da Banzai Honda acrescenta que o cenário interno é responsável por reflexos negativos sobre o mercado de automóveis, ainda que haja otimismo em algumas variáveis, como é o caso do real que se valorizou frente ao dólar nos últimos dias.
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“A Selic alta é muito ruim para o nosso mercado. Mas a gente acredita que esse cenário pode ser revertido. As marcas estão com muitos lançamentos e, quando tem novidade, o mercado se aquece”, aponta Lucian.
Além disso, ele lembra que há algumas estratégias que podem ser praticadas pelas concessionárias para que as vendas não sejam paralisadas, como é o caso de financiamento com parcela residual – o financiamento balão -, que é aquele em que o cliente reserva para o final uma parcela mais alta dos veículos e tem outras mais suaves no início do compromisso. No dia a dia da concessionária, Gabriel Lucian aponta que o consórcio também é uma opção que tem crescido entre aqueles que desejam um carro novo.
Vendas em Belo Horizonte
Os novos emplacamentos na capital mineira também seguem o mesmo ritmo do Estado, ainda de acordo com os dados da Fenabrave. No comparativo dos últimos dois meses, as vendas em Belo Horizonte cresceram 10,99%, com um total de 26.188 unidades vendidas em março contra 23.595 em fevereiro. Já na relação entre os anos, houve queda de 17,44% no mês de referência.
Tendências
O diretor-executivo da Banzai Honda, Gabriel Lucian, acrescentou que as montadoras estão, cada vez mais, pensando em carros mais econômicos e menos agressivos ao meio ambiente. Em sua análise, este é um momento adequado para aquelas pessoas que buscam um novo veículo, visto que ainda não estão perdendo o valor de compra.
“Os carros vão ficar mais caros a cada dia. Eles têm subido de 2% a 3% ao mês. Essa é uma época boa para vender o usado e comprar um novo, porque quando começar a sobrar carro no mercado, nos estoques, o carro usado ficará mais barato”, avalia.
Alguns modelos também escapam de qualquer crise. Conforme conta Luciana Caixeta, gerente de vendas da Carbel Volkswagen, da unidade Prado, em Belo Horizonte, os veículos utilitários esportivos (SUV, da sigla em inglês) da montadora já representam um total de 30% das vendas da concessionária.
“A gente não sentiu quedas porque hoje no mercado do automóvel a bola da vez é o SUV, e o modelo T-Cross teve um crescimento”, afirma Caixeta, que acrescenta que os estoques não sofrem prejuízos neste momento. Na concessionária, desde dezembro a falta de componentes não afeta o desempenho das vendas.
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