Economia

Vendas de veículos novos crescem 3,88% em agosto

Apesar do resultado positivo, as vendas de automóveis e comerciais leves tiveram queda em todas as bases de comparação
Vendas de veículos novos crescem 3,88% em agosto
As estimativas de vendas de veículos zero km para o segundo semestre são cautelosas | Crédito: Charles Silva Duarte

Em Minas Gerais, as vendas totais de veículos zero quilômetro, incluindo os diversos segmentos, mantiveram o crescimento. Em agosto, foram emplacados 59.918 unidades, número que ficou 3,88% maior frente a julho. De acordo com os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), no ano até agosto, o volume emplacado foi de 400.475 mil veículos no Estado, 2,52% a mais que no mesmo intervalo de 2022.

Entre as categorias, a de automóveis e comerciais leves, que tem a maior participação na composição do resultado, encerrou o mês com queda em todas as bases de comparação.

No Estado, apenas na comparação com agosto anterior, quando as vendas totais de zero no Estado somaram 67.449 unidades, foi verificada queda de 11,17%.

Apesar do resultado positivo no emplacamento total, as estimativas são cautelosas. Além do fim do incentivo do governo federal para aquisição de automóveis novos, que impactou em parte de agosto, a maior dificuldade de acesso ao crédito pode gerar queda no desempenho do segundo semestre.

Entre as categorias, a de automóveis e comerciais leves, encerrou o mês com queda em todas as bases de comparação. Ao todo, em agosto, foram 46.074 emplacamentos no Estado, significando, assim, uma variação negativa de 0,29% que em julho e 15,39% inferior na comparação com agosto de 2022. De janeiro a agosto, foram 295.908 unidades novas comercializadas, 1,24% a menos.

No Brasil, também foi verificada queda nas vendas da categoria. Em agosto, frente a julho, o volume de emplacamentos recuou 8,73%. Porém, manteve a alta na comparação com agosto de 2022 (1,36%) e no acumulado do ano (10,90%).

Fim de incentivo e crédito restrito irão impactar nas vendas

Na categoria, o resultado mais fraco em agosto se deve ao esgotamento dos recursos do programa do governo federal, que incentivou a aquisição de automóveis. Além disso, houve uma piora na concessão de crédito.

Em nota da Fenabrave, o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior, explicou que as ações do governo federal permitiram o acesso do consumidor, que havia perdido o poder de compra, aos veículos de entrada, o que demonstrou que o fator preço influencia na escala necessária para a recuperação do setor.

“As medidas provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado. Mas, o resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo. Isso porque algumas marcas ainda tinham saldo de veículos com descontos patrocinados a oferecer. Fazendo, assim, com que o resultado não fosse ainda pior”, explicou.

Em relação à manutenção do crescimento no acumulado do ano, Andreta explica que a evolução sobre 2022 é positiva, mas é preciso lembrar que os emplacamentos tiveram um desempenho abaixo da média histórica no primeiro semestre do ano passado.

“Isso aconteceu devido a uma série de fatores (escassez de peças e componentes, guerra na Europa, alta nos combustíveis), e se recuperaram no segundo semestre. Neste ano, não há sinais de que teremos uma forte recuperação na segunda metade do ano”, alerta Andreta Júnior.

Demais categorias

Em relação às demais categorias, no grupo de ônibus e caminhões, o emplacamento total chegou a 1.433 unidades em agosto, 13,82% a mais que em julho, mas, 38,55% a menos frente a agosto de 2022. No acumulado do ano, foram 11.231 unidades novas vendidas, queda de 18,93%.

As vendas de motos novas encerram os períodos com resultados positivos. No Estado, ao longo de agosto, foram 10.628 emplacamentos, 24,1% a mais que em julho e 17,19% superior frente a agosto de 2022. As vendas já somam 81.087 unidades de janeiro a agosto, representando, assim, 20,49% de crescimento.

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