Vendas de veículos novos em MG dão um salto de 31,29% em maio

As vendas de veículos novos cresceram em maio. De acordo com os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em Minas Gerais, foram emplacados 58.078 unidades no mês, volume 31,29% maior que em abril. Em relação a igual mês do ano passado, o volume ficou 3,49% superior.
Somente no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, quando foram emplacadas 212.863 unidades, é que os emplacamentos seguem menores (-3,23%) se confrontados com o mesmo intervalo de 2021. A chegada de componentes eletrônicos fez com que as montadoras liberassem maior volume de veículos, contribuindo de forma positiva para o avanço das vendas.
Assim como em Minas, em Belo Horizonte também foram registradas vendas maiores. A alta foi de 35,78% frente a abril. Em relação a igual mês do ano anterior, o volume ficou 6,74% maior. Ao todo, foram emplacados 39.627 veículos na Capital ao longo de maio. No acumulado do ano, os emplacamentos somaram 136.484 unidades, 1,77% maior.
Em nível nacional, maio registrou o maior volume de emplacamentos de 2022. Foram 338.440 unidades licenciadas, alta de 25,09% na comparação com o mês anterior e 6,03% maior que em maio de 2021. Com o resultado, a retração no acumulado dos cinco primeiros meses do ano caiu para 4,16%, contra uma queda de 7,18% registrada no 1º quadrimestre.
O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, explica que o maior volume vendido em maio é resultado de uma maior oferta de veículos.
“O resultado, até agora, é positivo e foi impulsionado não só pelo maior número de dias úteis em maio, como pela disponibilização de veículos que estavam à espera de peças nos pátios das montadoras. Entendemos que, em maio, oferta e demanda começaram a se estabilizar. Não há um movimento forte de retomada, nem de oferta e nem de demanda, mas acredito que estamos chegando a certa estabilidade, o que já é desejável, considerando um ano bastante incerto como o que estamos vivendo”, disse.
O diretor da Carbel Volkswagen, Thiago Maia, explica que o primeiro quadrimestre foi difícil para as concessionárias da marca, em função da baixa oferta de produtos. Porém, em maio, as entregas por parte das montadoras cresceram.
“Realmente passamos o primeiro quadrimestre com muita dificuldade de produto. Mas, em maio, as montadoras soltaram os carros que foram produzidos em abril e março, mas estavam nos pátios por falta de componentes. Os componentes começaram a chegar e houve um aumento na oferta dos veículos”, explicou.
Com a maior oferta de veículos, as vendas da Carbel, em Minas Gerais, avançaram 26,8% em maio frente a abril. O desempenho positivo permitiu que, no fechamento dos primeiros cinco meses do ano, as vendas ficassem iguais ao mesmo período do ano passado.
“Nossa estimativa é encerrar o ano com vendas iguais ou melhores que as de 2021. Apesar da alta dos juros, ainda há uma demanda reprimida. Não é tão expressiva como no ano passado, mas existe. Além disso, as montadoras estão subsidiando parte dos juros, o que estimula os consumidores”.
Conforme os dados da Fenabrave, no Estado, em maio, o emplacamento de comerciais leves e automóveis somou 44.675 unidades, número 33,19% maior que em abril e 4,05% superior a maio de 2021. No ano, as vendas somaram 159.662 unidades, volume 5,33% menor.
No segmento de caminhões e ônibus, em Minas, foram emplacadas no quinto mês do ano 1.787 unidades, avanço de 24,53% frente a abril e 13,39% maior na comparação com maio de 2021.
Locadoras negociam ativos a R$ 3,5 bilhões
São Paulo – As empresas de locação de veículos e gestão de frotas Localiza e Unidas estão mantendo tratativas com um fundo administrado por afiliadas da gestora canadense Brookfield Asset Management para venda de ativos por cerca de R$ 3,5 bilhões.
Localiza e Unidas afirmaram na sexta-feira (3) que estão em negociações paralelas com outros interessados nos ativos e destacaram que não há documento vinculativo assinado com nenhum dos candidatos, de acordo com fato relevante conjunto ao mercado.
A Brookfield comprará os ativos por meio da empresa de gestão e terceirização de frotas Ouro Verde, que também confirmou as tratativas em fato relevante na sexta-feira. A gestora canadense controla a Ouro Verde por meio de participações no Cedar Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia.
A venda envolve ativos de aluguel de veículos e comercialização de seminovos de uma controlada da Unidas. O desinvestimento é condição para aprovação da fusão entre Localiza e Unidas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Analistas da Guide Investimentos escreveram que a possível venda dos ativos representa mais um passo rumo à efetivação da fusão e uma forte entrada de caixa para a Localiza, mas reforçará concorrência no setor.
A Ouro Verde pode “se tornar uma ameaça para a Localiza” diante do recente “aporte de US$ 60 milhões da Brookfield”, escreveram os analistas em comentário a clientes.
Analistas do Bradesco BBI estimam que a Ouro Verde pague por 43 mil veículos da Unidas um múltiplo de 1,3 vez a relação valuation (avaliação)/valor da frota.
Ainda que o múltiplo dessa venda represente 21% de desconto sobre o múltiplo de negociação atual da Unidas, os analistas do Bradesco BBI disseram que há preocupação no mercado de queda dessa relação a 1 vez diante de poucos concorrentes pelos ativos e destacam que a potencial transação deve levar a um aval do Cade.
A fusão entre Localiza e Unidas, respectivamente as duas maiores empresas do País em locação e gestão de frotas de veículos, foi aprovada com restrições por maioria no tribunal do Cade em dezembro de 2021, mediante acordo que prevê venda “significativa” de ativos, incluindo a marca Unidas. (Reuters)
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