Vendas de veículos novos sobem 12% em Minas Gerais

Minas Gerais registrou, em maio deste ano, 52,6 mil vendas de veículos novos, o que representa um aumento de 12% frente ao mesmo mês de 2023 e uma queda de 11,2% em comparação a abril. Com o resultado, o Estado acumulou, nos primeiros cinco meses de 2024, 232,7 mil emplacamentos, volume 0,2% menor que o apurado em igual intervalo do exercício anterior.
Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Para o economista e colunista do Diário do Comércio, Guilherme Almeida, o crescimento anual tem relação direta com a natureza do consumo. Isso porque os automóveis são bens duráveis com alto custo unitário, o que leva os consumidores a recorrerem a financiamentos. Logo, a redução da Selic e das demais taxas de juros praticadas no mercado influenciaram.
Ele destaca que os números do Banco Central mostram que a taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres para aquisição de veículos estava em 25,45% no mês de abril deste ano para pessoa física, um relevante recuo de três pontos percentuais em 12 meses. Enquanto isso, para pessoa jurídica, a taxa caiu mais de dois p.p., chegando a 16,34% no mesmo período.
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“Essa taxa de juro menor significa que o recurso está mais acessível para o consumidor, que acaba recorrendo ao financiamento para adquirir um veículo”, esclarece.
Fatores macroeconômicos
Quanto à baixa mensal, Almeida pondera que alguns fatores foram determinantes e o principal deles é que maio teve 21 dias úteis, contra 22 do mês anterior, em razão de feriados. Segundo ele, isso faz bastante diferença, já que as concessionárias ficam com um dia a menos para vender os automóveis. Adicionalmente, aspectos macroeconômicos também impactaram o resultado.
O especialista explica que a macroeconomia está sendo bombardeada de incertezas. Uma delas veio da revisão das contas públicas feita pelo governo federal meses atrás e da piora do quadro fiscal brasileiro. Outra insegurança decorre da política monetária dos Estados Unidos, que demonstra que não haverá tantos cortes de juros no país, refletindo diretamente no Brasil.
“Isso é por conta do prêmio de risco. Um investidor coloca na balança a relação risco-retorno e, para ele, o retorno que o título público norte-americano está conferindo é muito melhor do que o brasileiro”, ressalta. “Com esse cenário de juros maiores nos Estados Unidos por mais tempo, a necessidade de uma taxa de juro maior no Brasil também se faz necessária”, reitera.
Levando o consumidor a pisar no freio, há ainda uma elevação do endividamento das famílias. O economista salienta que o acúmulo de dívidas compromete o orçamento familiar e a renda futura, o que diminui espaço para consumo, sobretudo de bens duráveis, como veículos, e semiduráveis.
Emplacamentos por categoria
Por categoria, no quinto mês deste ano, ocorreram 37,1 mil vendas de automóveis e comerciais leves em Minas Gerais, alta de 15,9% no confronto com o mesmo período do último exercício e recuo de 12% na comparação com abril. No segmento de veículos pesados, que inclui ônibus e caminhões, foram 1,6 mil unidades vendidas, aumento de 25,3% e baixa de 22%. Já os licenciamentos de motocicletas somaram 12,4 mil unidades, elevação de 2% e queda de 6,3%.
Conforme a Fenabrave, no acumulado dos primeiros cinco meses de 2024, o Estado registrou 57,6 mil emplacamentos de motos, aumento de 12,5% frente a igual intervalo de 2023. As vendas de veículos pesados seguiram o mesmo ritmo e subiram 16,5%, ao somar 8,3 mil unidades. Por outro lado, as comercializações de auto e comerciais leves caíram 5,1%, para 159,1 mil unidades.
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