Economia

Vendas de veículos usados caíram 12,8%

Entre os fatores que afetaram os resultados em Minas no mês passado está o período eleitoral, aponta a Assovemg
Vendas de veículos usados caíram 12,8%
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O mês passado não foi positivo para o mercado de veículos seminovos e usados em Minas Gerais. Após comercializar 133.704 unidades em outubro, o Estado apresentou queda de 12,8% no acumulado de 2022, contra igual intervalo do exercício anterior. Se comparado com o mesmo mês em 2021, quando foram vendidas 137.151 unidades, o recuo foi de 2,5%. A média de vendas por dia útil ficou em 6.685 transações, equivalente a uma redução de 12,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em direção oposta ao Estado, Belo Horizonte apresentou crescimento nas negociações após registrar 34.990 unidades vendidas. Entre o acumulado dos anos, a elevação foi de 1%. Frente ao mesmo mês do ano anterior, quando foram vendidos 33.654 veículos, houve alta de 4%. A média de vendas por dia útil na Capital ficou em 1.750 transações. As informações são da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

Segundo o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Junior, o período eleitoral impactou negativamente o setor. “Basicamente, a eleição trouxe um impacto muito maior do que a gente estava prevendo. A insegurança da população, do consumidor de uma forma geral, trouxe muita pressão. Muita gente aguardou o mês de outubro para ver que rumo o País poderia tomar, na questão econômica principalmente. Então isso fez com que muitas pessoas adiassem a compra aguardando o resultado para ver se trocaria de carro ou não”, afirma.

Apesar do recuo, Glenio Junior mantém o otimismo para os meses de novembro e dezembro. De acordo com ele, além do histórico positivo do mercado em fins de ano, há uma expectativa de que as pessoas façam uma antecipação da compra do início de 2023. A explicação é pelo fato de que o consumidor normalmente é cauteloso e receoso em períodos que antecedem um novo governo. “Vi isso anteriormente em outras eleições e geralmente antes de uma posse, que é em janeiro, muita gente acaba adiantando a compra, porque não quer ter uma surpresa na virada do ano quando outro governo assume”, ressalta. 

Ele reitera que os governantes costumam fazer várias declarações antes da posse, principalmente de cunho econômico, mas que, no entanto, ninguém sabe exatamente o que pode vir adiante. “Cada um traz uma medida inicial de governo. Por mais que existam algumas pistas que jornalistas especializados nessa parte econômica nos trazem, no fundo a gente não sabe o que vai acontecer. Então, existe essa previsibilidade de ‘melhor trocar agora do que aguardar o começo do ano que vem’”, salienta. 

O presidente da Assovemg afirma que qualquer novo governo, seja a nível nacional, estadual ou municipal, geralmente começa com cautela e que, por isso, não deve haver grandes mudanças na economia. Segundo ele, a Tabela Fipe, por exemplo, que nos últimos tempos subiu bastante com as equações do mercado, agora está próxima de uma realidade de antes do aumento e para o decorrer do próximo ano, pode ter alguma pequena baixa, mas nada muito relevante. 

Para Glenio Junior, a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%, não deve sofrer quedas por enquanto, mas a tendência de retração a patamares de 10% a 11% no ano que vem, traz uma certa confiança para o consumidor. Segundo ele, o mercado está otimista e aguarda um crescimento em 2023.

Categorias

Em Minas Gerais, ao longo de outubro, no que se refere à categoria de veículos por tempo de uso, o líder do ranking, com 54.132 transações foram os velhinhos (13 anos ou mais de utilização). O grupo também se destaca nas negociações do acumulado dos dez primeiros meses do ano com 519.822 vendas. De acordo com Glenio Junior, o mercado desse tipo de automóvel foi o que mais cresceu no Brasil neste ano até o momento.

Em segundo lugar nas vendas do mês ficaram os usados maduros (9 a 12 anos), com 31.764 negociações. Na sequência aparecem os usados jovens (4 a 8) com 28.896 unidades vendidas e os seminovos (0 a 3) com 18.912 comercializações. Os seminovos, inclusive, foram a única categoria a apresentar alta na comparação entre o acumulado dos anos (15,3%). 

Resultado nacional

A Fenauto também divulgou os dados nacionais do mercado de seminovos e usados. O relatório aponta que em outubro foram comercializados 1.107.523 veículos, queda de 6,4% em relação a setembro (1.242.408 unidades). Conforme a entidade, esse foi o primeiro resultado negativo depois de nove sequências positivas. No acumulado do ano, também houve retração, de 14,6%.

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