Economia

Vendas do comércio da Capital diminuem 5,48%

Vendas do comércio da Capital diminuem 5,48%

A instabilidade do cenário econômico e o agravamento da pandemia de Covid-19 estão interferindo fortemente no comércio de Belo Horizonte. Segundo a pesquisa “Termômetro de Vendas” feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), em janeiro, as vendas do comércio recuaram 5,48% frente ao mesmo mês do ano de 2020.

Segundo a entidade, essa foi a maior retração para o período desde 2015, quando o País estava em recessão econômica. Em janeiro, o setor de vestuário e calçados foi o que mais sofreu os impactos negativos, registrando um recuo de 9,73% na comercialização.

De acordo com o presidente da CDL/BH, Marcelo Souza e Silva, a queda nas vendas do comércio é resultado da piora do cenário econômico, das medidas que impuseram o fechamento do comércio para frear o avanço do Covid-19 e do fim do auxílio emergencial.

Tudo isso, fez com que aumentasse o desemprego e reduzisse a renda das famílias, deixando os consumidores mais cautelosos e priorizando apenas as compras de bens indispensáveis.

“Ao longo de 2020, o comércio da Capital ficou por cinco meses de portas fechadas. Isso impactou diretamente nas vendas. O reflexo desse fechamento, o desemprego, o fim do auxílio emergencial e a pressão inflacionária levaram a uma mudança no comportamento do consumidor. As pessoas estão fazendo uma reserva financeira, evitando comprar bens que não sejam de primeira necessidade e procurando não contrair dívidas por um longo período. Além disso, o início do ano é marcado pelas maiores despesas com matrículas escolares e pagamento de impostos”, explicou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

De acordo com o levantamento da CDL, a queda de 5,48% vista em janeiro, frente a igual mês do ano passado, teve como principal influência a queda da demanda no setor de vestuário e calçados, que chegou a 9,73%.

A demanda enfraquecida e os consumidores mais cautelosos, também fizeram com que o resultado das vendas no setor de papelaria e livrarias fosse negativo, com queda de 9,1%.

Em veículos e peças a diminuição nas vendas ficou em 8,57%. No setor de eletrodomésticos e móveis foi verificada retração de 8,56% e em informática de 8,23%.

Ao longo de janeiro de 2021, os segmentos que registraram crescimento foram artigos diversos, com alta de 4,85%, material elétrico e de construção (3,32%), supermercados (2,56%) e drogarias e cosméticos (0,35%).

“Mesmo com tantas dificuldades, os comerciantes e prestadores de serviços estão buscando caminhos para sobreviver, com vendas on-line e delivery. Além disso,  as entidades do setor estão trabalhando unidas e buscando orientar da melhor forma possível os empresários. Alguns setores, como farmácias e supermercados, estão conseguindo manter as vendas em crescimento, mas não é o que vem acontecendo com a maioria dos setores”.

Retração em janeiro atingiu 5,48%, segundo a CDL/BH
Souza e Silva destaca a mudança no comportamento do consumidor por conta da pandemia | Crédito: Divulgação / CDL/BH

Dezembro – Comparando o desempenho de vendas de janeiro de 2021 com dezembro de 2020, o indicador de vendas na capital mineira apresentou uma queda de 0,77% frente ao mês imediatamente anterior. De acordo com a CDL/BH, dezembro é considerado uma base de comparação aquecida devido ao Natal, o que resulta nesta queda, além dos fatores macroeconômicos.

No período, o setor de vestuário e calçados foi, novamente, o que registrou a maior queda, 7,84%. Em papelarias e livrarias a retração chegou a 3,79%.

Já os setores de drogarias e cosméticos conseguiram obter resultados positivos, com aumento de 2,36% nas vendas, seguido pelo setor de artigos diversos (1,49%), supermercados (1,02%) e material elétrico e de construção (0,71%).

Em relação aos próximos meses também é esperada interferência negativa da pandemia nos resultados das vendas, já que novas restrições de funcionamento foram aplicadas.

“Para que essa crise seja solucionada, precisamos da vacina e da volta das atividades. O controle da pandemia é essencial porque, hoje, estamos trabalhando sem previsibilidade e os empresários, para atender a demanda dos consumidores, precisam se preparar e formar estoques. Sem previsibilidade, isso se torna muito difícil”, explicou Souza e Silva.

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