Vendas do comércio iniciam 2022 em alta na Capital

A recuperação do comércio belo-horizontino começa a se delinear após os períodos mais críticos da Covid-19. O início de um novo ano já deixou um legado positivo para diversos segmentos de varejistas da capital mineira.
Em janeiro deste ano, por exemplo, as vendas avançaram 0,85% em relação a dezembro, segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
Os resultados positivos, contudo, ocorrem em dois meses em que os comerciantes já vivenciam momentos promissores com a movimentação em meio às comemorações de fim de ano e a troca de presentes no Natal e no Ano Novo.
De acordo com o levantamento da entidade, o Termômetro de Vendas, em janeiro os setores que tiveram crescimento mais expressivo na comparação com dezembro passado foram o de vestuário e calçados, com variação positiva de 2,48%, drogarias e cosméticos (2,46%) e papelarias e livrarias (1,52%).
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A explicação para o último setor está justamente no retorno às atividades escolares, conforme conta a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. As demais altas são registradas também devido às sazonalidades, sendo elas o verão e os impulsos finais das vendas de final de ano.
“Janeiro conta com muitas promoções e as pessoas aproveitam esse momento para trocar presentes e acabam consumindo outros itens também. No caso das drogarias, o que justifica a alta é que as pessoas estão se cuidando mais. Além disso, janeiro traz o verão e, consequentemente, a venda de cosméticos”. Além dos setores já citados, cresceram também no comparativo de janeiro e dezembro as vendas de eletrodomésticos e móveis (1,1%), itens de informática (0,91%) e artigos diversos que incluem brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, bicicleta e instrumentos musicais (0,83%).
Ainda de acordo com os dados da CDL/BH, as quedas nas vendas foram registradas no varejo de material elétrico e de construção (-1,93%), supermercados (-0,28%) e veículos e peças (-0,18%). As variações negativas podem estar relacionadas, segundo a economista Ana Paula Bastos, ao período chuvoso, que freou obras e, ainda, à inflação dos alimentos. No caso das quedas em veículos e peças, ela lembra que o ticket médio de compras no setor é alto, o que pode ter cooperado para que as pessoas não invistam, em um momento de alta da inflação, em bens de consumo com preços mais altos.
Variações acumuladas
A entidade também divulgou o acumulado de vendas dos últimos 12 meses. No período, os crescimentos mais elevados estão no setor de drogarias e cosméticos (5,99%), artigos diversos (1,83%), material elétrico e de construção (1,12%), supermercados (0,67%) e vestuário e calçados (0,18%). Na contramão, os que mais registraram queda foram aqueles comércios cujas atividades estão concentradas nas vendas de eletrodomésticos e móveis (-7,07%), veículos e peças (-0,69%), papelarias e livrarias (-0,54%) e informática (-0,54%).
Na avaliação do presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, os avanços percebidos até aqui são importantes, mas é necessário atenção para o cenário atual: “É de extrema urgência que o governo federal desenvolva políticas para fomentar o desenvolvimento econômico e que o Banco Central estabeleça uma política monetária de juros que controle os preços, mas não prejudique esta retomada”, afirma.
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