Vendas do comércio varejista em Minas recuaram 7% em janeiro

As vendas do comércio varejista mineiro em janeiro não apresentaram nenhuma variação, quando comparadas às de dezembro. Por outro lado, em relação ao mesmo período do ano passado foi registrada uma queda de 7%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a média nacional de vendas do varejo registrou aumento de 0,8%. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador do comércio varejista nacional foi de 1,3%, enquanto o de Minas Gerais foi de 1,6%.
O crescimento zero nas vendas mineiras, no entanto, reafirma uma tendência observada desde 2010: as vendas de janeiro sempre têm um resultado um pouco acima do de dezembro. Para este incremento de início de ano, concorre a contratação de funcionários temporários, que recebem pelas vendas de Natal e são os responsáveis por esta variação positiva, mesmo que pequena.
“É bom lembrar que as vendas no comércio tiveram queda em dezembro; então, ao manter os mesmos patamares, janeiro se mantém no mesmo nível dos últimos anos”, aponta o analista de Informações do IBGE, Daniel Dutra. Em dezembro, as vendas no varejo mineiro tiveram uma queda expressiva, de 1,8%, quando comparadas às do mês anterior.
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Novembro, aliás, foi o único mês com índice positivo no segundo semestre do ano passado. Mesmo assim foi uma decepção para os comerciantes, com um crescimento de apenas 1,1%, modesto para um mês de Black Friday.
“No primeiro semestre, houve uma recuperação clara e as vendas foram crescentes quando comparadas mês a mês. No segundo, os números foram decaindo, com exceção de novembro”, recorda Dutra.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação das vendas do comércio varejista em Minas Gerais foi de -7% – seguindo a queda nacional, que foi de 1,9%. A pesquisa aponta que 16 das 27 Unidades da Federação apresentaram resultados negativos, com destaque para: Amapá (-10,8%), Sergipe (-8,9%) e Distrito Federal (-7,8%).
Segmentos
Apenas três das 11 atividades investigadas apresentaram avanço na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A principal queda apurada este ano aconteceu no setor de móveis e eletrodomésticos – quase 27%. Poucos setores mostraram resultados positivos. Caso das lojas de livros, jornais, revistas, papelarias, com um aumento de 58,9% nas vendas. As atividades que mais recuaram foram as da categoria “Outros artigos de uso pessoal e doméstico”, que tiveram uma redução de 30,6%.
Já no comércio varejista ampliado, o setor de Veículos, motocicletas, partes e peças apresentou avanço de 4,2% e o setor de Material de construção apresentou recuo de 16,8%.
Supermercados
Segundo o IBGE, os supermercados, único comércio aberto em boa parte do período de pandemia, tiveram uma queda de 2,4%, em relação a janeiro de 2021. No acumulado de 12 meses, esta retração foi de 1%.
O setor supermercadista mineiro, segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), não fechou os dados de 2021. Sabe-se que, no primeiro semestre do ano passado, os supermercados tiveram um crescimento de 3,88%, quando comparado ao mesmo período de 2020 – ano em que o setor cresceu vertiginosos 10,97%, impulsionado pelo auxílio emergencial.
Mas tudo indica que o setor não sofreu tanto no último ano. Os dados nacionais divulgados pela Associação Brasileiras dos Supermercados (Abras) indicam um crescimento de 3,04% em 2021.
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