Vendas do comércio varejista de BH superam média nacional

O comércio varejista de Belo Horizonte apresentou um crescimento de 1,1% nas vendas em outubro deste ano, de acordo com os dados do Termômetro de Vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Esse aumento superou as médias nacional (0,4%) e estadual (0,6%) registradas no mês. Fatores como o Dia das Crianças e uma base de comparação mais fraca foram alguns dos responsáveis por esse resultado. Já na comparação com outubro de 2021, as vendas do comércio na capital mineira cresceram 0,97%.
As vendas do varejo no mês de outubro foram 1,1% maiores que o índice registrado em setembro. Os segmentos que apresentaram crescimento nesse período foram drogarias e cosméticos (7,13%); supermercado (6,21%); artigos diversos (4,29%); papelarias e livrarias (3,91%); eletrodomésticos e móveis (2,48%) e informática (1,06%). Já vestuário e calçados, (-2,28%); veículos e peças (-2,17%); material elétrico e de construção (-0,37%) fecharam o mês com desaceleração.
“A boa movimentação do comércio é efeito da geração de empregos contínua na Capital, da otimização das medidas realizadas pelo governo federal como redução do ICMS e aumento do Auxílio Brasil. Além disso, a queda do desemprego e os bons índices de confiança de consumidor e empresário fizeram com que o comércio tivesse desempenho positivo no período”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Assim como o presidente, a economista da entidade, Ana Paula, também destaca a queda da taxa de desemprego e da taxa de inflação, além da chegada de uma data comemorativa com um forte apelo emocional como o Natal como alguns dos fatores para esse resultado acima da média. Outro ponto destacado foi o retorno da circulação de pessoas, que eleva o consumo e, somado aos fatores macroeconômicos, impulsionam o comércio.
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“No mês de outubro aconteceu o Dia das Crianças que influenciou positivamente nas vendas. Também é interessante observar que o crescimento do setor de ‘artigos diversos’ ocorreu devido à demanda de brinquedos e materiais esportivos, produtos com enfoque na data comemorativa do mês”, destaca Souza e Silva.
Ela explica que além do contexto macroeconômico como o efeito gerado pelo Dia das Crianças, o fato desse crescimento ser em comparação com o mês de setembro também ajudou para a obtenção desse resultado acima da média. Setembro é uma base fraca, que não possui uma data comemorativa no período. “Mas nesse ano todo, o comércio apresentou um bom desempenho, com resultados positivos em todas as bases de comparação. Então isso mostra um início de recuperação pós-pandemia”, ressalta a economista.
Enquanto isso, no acumulado de 2022, o termômetro registrou um crescimento de 0,69% nas vendas no comércio da Capital; já a média do indicador ficou em 1,16%, o que significa um crescimento e uma performance positiva da atividade comercial no decorrer dos meses. Os segmentos do varejo que mais se destacaram foram papelarias e livrarias, com um aumento de 4,68%. Outros segmentos que também registraram um desempenho positivo no período foram informática (3,84%); supermercados (3,23%); drogarias e cosméticos (3,02%); eletrodomésticos e móveis (1,40%); e artigos diversos (1,45%).
Por outro lado, material elétrico e de construção (-1,5%) e vestuário e calçados (-1,32%) apresentaram queda no acumulado do ano.
O termômetro de vendas também apontou para um crescimento na comparação com outubro do ano anterior. Nesse caso, as vendas do varejo em Belo Horizonte subiram 0,97%. Os destaques foram drogarias e cosméticos (5,95%); papelarias e livrarias (5,54%); supermercados (2,52%); informática (2,45%); eletrodomésticos e móveis (2,10%); e artigos diversos (1,21%).
Os segmentos que não apresentaram bons resultados neste comparativo foram veículos e peças (-3,21%); material elétrico e de construção (-1,46%) e vestuário e calçados (-0,99%).
A pesquisa revela que esses resultados demonstram uma recuperação do setor de comércio e serviços, causada por uma movimentação acima do que era esperado para a cidade. “A retomada da economia e o ‘fim’ da pandemia potencializaram o consumo neste período, mesmo com uma base comparativa ‘fraca’, por ser um mês com uma importante data comemorativa. É possível dizer que a atividade comercial e econômica tem crescido” afirma o presidente da CDL/BH.
O dirigente também conclui que a geração de empregos foi, novamente, o destaque para a capital mineira. Ele conta que esse índice vem acumulando um saldo positivo desde fevereiro deste ano e, só no mês de outubro, já foram gerados 3.015 empregos. O comércio foi responsável por 88 novos postos de trabalho e o setor de serviços contratou 2.523 funcionários, o maior número segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) daquele mês.
Já na análise dos últimos doze meses (Nov.21 – Out.22) / (Nov.20 – Out.21), o termômetro de vendas da CDL/BH indicou um crescimento de 0,80% nas vendas do varejo. Os segmentos de papelarias e livrarias (6,39%); artigos diversos (4,22%); supermercados (2,99%); drogarias e cosméticos (1,93%); veículos e peças (1,41%); e informática (1,34%) foram os destaque nesse comparativo.
Enquanto os segmentos de material elétrico e de construção (-3,80%), e eletrodomésticos e móveis (-0,87%) foram os únicos que tiveram queda nas vendas. “Ambas demandam alto investimento e, muitas vezes, auxílio de linhas de crédito. Com a taxa de juros e a inadimplência elevadas, acabam sendo prejudicadas”, esclarece o presidente da CDL/BH.
A economista da CDL/BH afirma que é esperado um crescimento para este último trimestre, já que o período possui três grandes datas como o Dia das Crianças, que impulsionou as venda de outubro; a Black Friday em novembro – que é uma data que movimenta muito o comércio, principalmente, de artigos de maior valor agregado – e o Natal, que é a maior data do comércio no ano. “Nós estamos esperando um fechamento positivo deste ano, em relação ao ano passado, do comércio varejista”, diz a economista.
Quanto ao início de 2023, ela explica que as perspectivas também são positivas, mas que é necessário esperar. “As perspectivas são positivas e a gente espera que com um controle maior da inflação, a política monetária comece a recuar, a taxa de juros comece a cair. Então, isso tem um impacto muito positivo na inadimplência, porque a negociação da dívida fica mais barata, e que o desemprego continue a desacelerar. Então isso significa maior renda disponível e, com isso, as pessoas vão voltar a consumir e isso gera um círculo virtuoso na economia. Mas a gente está realmente esperando agora é a posse do novo governo para ver como vai ficar”, relata Ana Paula.
Por fim, o presidente da CDL/BH afirma que as projeções para o varejo de Belo Horizonte são positivas. “O índice de confiança do consumidor cresceu, a taxa de desemprego está em queda e, com isso, haverá mais circulação de renda e ampliação do poder de consumo. Esperamos que esse desempenho se mantenha em 2023”, finaliza Marcelo de Souza e Silva.
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