Economia

Vendas do Dia das Crianças têm queda na Capital

Vendas do Dia das Crianças têm queda na Capital
Um dos motivos para que as vendas não despencassem, consideravelmente, no Dia das Crianças, foi o pagamento do auxílio emergencial | Crédito: Divulgação

O Dia das Crianças foi de queda nas vendas dos shoppings de Belo Horizonte neste ano. De acordo com o superintendente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Aloshopping), Alexandre França, a retração foi de 10% na comparação com o mesmo período de 2019, influenciada pelos reflexos da pandemia da Covid-19 no segmento.

No entanto, apesar do recuo, ele foi menor do que o esperado. Segundo França, o setor previa uma diminuição nas vendas de cerca de 30%. “A gente percebe que o mercado começou a reagir”, salienta ele, que destaca, ainda, que os produtos mais procurados foram os brinquedos e as roupas infantis.

Um dos motivos para que as vendas não despencassem, consideravelmente, no Dia das Crianças, de acordo com o superintendente do Aloshopping, foi o auxílio emergencial, medida do governo federal para aqueles que têm pouca ou nenhuma renda.

O valor ajudou a manter o consumo, porém não com os presentes de antes. Se o tíquete médio para o Dia das Crianças nos shoppings da capital mineira era de, aproximadamente, R$ 170 antes da pandemia, neste ano passou para R$ 100.

Mudança de comportamento – Apesar de as vendas ainda terem sido menores no Dia das Crianças de 2020 na comparação com as de 2019, pouco a pouco as coisas estão mudando para os shoppings. França relata que, ao contrário do que vinha ocorrendo, nesse último feriado muitas pessoas foram aos centros de compras apenas para passear. Esse já é um passo importante, explica ele, pois muitas vendas podem ocorrer a partir daí.

No entanto, apesar da luz no fim do túnel, a situação está longe de ser a ideal. França ressalta que o fato de os shoppings ainda estarem funcionando em horários reduzidos e de os cinemas estarem fechados, isso faz com que o movimento seja menos intenso. Além disso, apesar de os centros de compras, diz ele, estarem tomando todas as medidas de segurança, muitas pessoas ainda não estão visitando-os e preferem comprar em comércios perto de casa.

Fim de ano – Além de todos esses desafios, há ainda mais um, de acordo com o superintendente do Aloshopping: está começando a faltar mercadoria, o que já foi percebido no Dia das Crianças e pode ser ainda mais intenso no Natal.

França relata que houve um estrangulamento da cadeia produtiva, pois muitas indústrias ficaram paradas com a pandemia da Covid-19. Posteriormente, houve aquelas que não conseguiram regressar, outras que voltaram devagar, o que acabou resultando em falta de matéria-prima para diversos produtos, de brinquedos a roupas. Já se começa, inclusive, a repassar a alta dos preços resultantes desse cenário.

“Os empresários não estão conseguindo comprar e não é por excesso de vendas. Os lojistas já estão terminando as compras de fim de ano e estão tendo muitas dificuldades”, ressalta.

Segundo França, o fim deste ano será atípico. A previsão é de que haja queda de cerca de 25% nas vendas na comparação com o ano passado. “As vendas serão bem menores do que em 2019, com subida de preços e falta de produtos”, afirma ele.

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