Vendas do varejo crescem 1,2% no Estado

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem levantamento que mostra o desempenho do comércio em Minas Gerais. Conforme os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, as vendas no varejo cresceram 1,2% no Estado, enquanto, no Brasil, esse índice foi de 1%.
Com o resultado, Minas Gerais avançou, em fevereiro e março, 5,5% no volume de vendas. No entanto, o indicador não traduz uma situação de inconstâncias nas avaliações dos últimos 12 meses, quando o comércio em Minas teve seis variações positivas e outras seis negativas.
De acordo com o analista de informação do instituto, Daniel Dutra, os resultados da pesquisa devem ser lidos à luz do mesmo período do ano passado. Diante disso, as flexibilizações decorrentes da pandemia da Covid-19 podem explicar, em parte, as altas recentemente registradas.
“Qual era a realidade em março passado? Ainda tínhamos restrição de circulação em grande parte dos estados, e isso pode ter influenciado. Esse movimento de pânico no mercado nos impede de traçar o cenário. Mas podemos citar que ainda há demanda reprimida, além da inflação”, afirma Dutra, em consideração aos fatores atuantes sobre os resultados e realidade do comércio.
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A análise do IBGE sobre os resultados gerais do Brasil também aponta a inflação como um impacto negativo para as vendas do varejo. Em contrapartida, estão entre os impactos positivos o aumento de 0,2% da massa de rendimento real – no comparativo com igual trimestre de 2021 – e um alta de 9,4% da população ocupada, também em relação ao mesmo trimestre do ano passado — os dados do IBGE consideram a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (Pnad Contínua).
Além disso, o Instituto avaliou, na ocasião da divulgação dos dados, que a queda do dólar em relação ao real também incentivou as vendas naqueles estados em que houve registro de crescimento em março. Segundo dados do Banco Central, em março de 2021 o dólar era vendido a R$ 5,65 enquanto neste ano, no mesmo mês, a moeda chegou a ser encontrada por R$ 4,97.
Desempenho por atividade
Em Minas Gerais, seis entre dez atividades avaliadas pelo IBGE avançaram na comparação com o mesmo mês de março do ano anterior. O destaque foi para o comércio de tecidos, vestuário e calçados, com um crescimento de 50,3%. Em todo o Brasil, o crescimento nesse mesmo segmento foi de 81,3%.
Na sequência, está o comércio varejista de livros, revistas, jornais e papelaria, com alta de 34,8%. Outro avanço que chama atenção para o mês de referência e em comparação com o ano anterior é o de combustíveis e lubrificantes, com variação positiva de 15,5% no volume de vendas.
Na contramão, as atividades que mais apresentaram recuo foram a de móveis e eletrodomésticos (-13,6%) e a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,2%).
Crescimento no País supera expectativas
São Paulo/ Rio de Janeiro – O setor varejista do Brasil cresceu mais do que o esperado em março e fechou o primeiro trimestre com ganhos, mesmo diante da inflação elevada no País que corrói a confiança e a renda do consumidor.
No entanto, apesar de o setor ter registrado avanço nos três primeiros meses do ano, a recuperação ainda não é difundida entre as atividades, segundo o IBGE.
As vendas no varejo tiveram em março ganho de 1,0% na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,4%.
O dado informado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) leva o setor a encerrar o primeiro trimestre com ganho de 1,9% na comparação com os três meses anteriores, resultado mais alto nessa base de comparação desde o segundo trimestre de 2021 (+2,2%).
“A trajetória vinha sendo claudicante, irregular. Esses três meses de alta significam um trimestre forte, embora os crescimentos ainda não sejam homogêneos entre todas as atividades”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
O resultado de março deixa o setor 2,6% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento foi de 4,0%, ante uma previsão de alta de 2,10%.
“O avanço do emprego faz com que o rendimento aumente e ajuda o desempenho das vendas. Mas a inflação mais elevada é responsável para colocar uma trava no comércio, em algumas atividades em especial”, disse Santos.
“A inflação afeta muito combustíveis e hiper e supermercados especialmente, mas impacta de uma maneira como um todo”, completou.
Entre as oito atividades pesquisadas, seis tiveram ganhos na comparação com fevereiro. Os destaques foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com ganho de 13,9%, e outros artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas subiram 3,4% – nesse caso, houve boa contribuição das lojas de departamento.
“As grandes varejistas começaram a ensaiar uma retomada das lojas físicas, com expansão principalmente no Nordeste e Norte, mas em todo o País”, disse Santos.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou alta de 0,7% das vendas. O avanço de 2,2% de materiais de construção compensou o recuo de 0,1% em veículos.
Incluindo o varejo ampliado, o IBGE explicou que seis setores estão abaixo do patamar pré-pandemia e quatro acima. (Reuters)
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