Economia

Vendas do varejo mineiro aumentam 3,6% em maio

Setor no Estado acumula crescimento de 11,2% no ano contra 6,0% do Brasil
Vendas do varejo mineiro aumentam 3,6% em maio
O volume de vendas no comércio varejista de Minas Gerais registrou a quarta alta consecutiva, diz IBGE | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O volume de vendas do comércio varejista em Minas Gerais aumentou 3,6% no mês de maio em comparação com abril. No Brasil, o avanço foi bem menor, de 0,1%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Esta é a quarta alta consecutiva em 2022. O crescimento é constante, porém desigual, a começar por fevereiro, que foi bem fora da curva, com um avanço de 5,1% das vendas no comércio. Em março, o índice foi de 2,3%, em abril de 1,4% e, agora, em maio, de 3,6%”, informa o analista do IBGE Daniel Dutra.

Segundo o pesquisador, a base de comparação ainda é fraca, já que o País viveu entre março e junho do ano passado um dos piores momentos da pandemia. “Mas já dá para entrever um descolamento desse contexto, com o comércio indo além da recuperação ao registrar um índice 13,7% acima do período pré-pandemia”, acrescenta Dutra.

Com o resultado de maio, o Estado acumula no ano crescimento de 11,2% (sendo quatro taxas positivas e uma negativa), enquanto no Brasil se verificou um avanço de 6,0% no mesmo período.

A performance de Minas foi seguida por Rio Grande do Sul, onde o comércio cresceu 3,1%, e Roraima, também com 3,1% – os três estão entre os dezoito estados que tiveram resultados positivos. Nove estados tiveram o volume de vendas do comércio reduzido em maio, quando comparado com o de abril. Entre eles, Rondônia (-2,8%), Rio Grande do Norte (-2,3%) e Tocantins (-2,1%).

Principais influências

O desempenho do comércio varejista em Minas foi influenciado principalmente pelo grupo de livros, jornais, revistas e papelaria (48,0%) seguido por artigos de uso pessoal e doméstico (26,7%), uma categoria heterogênea, que vai de joias e relógios a artigos esportivos.

A atividade que mais recuou foi a de móveis e eletrodomésticos (-21,2%). Já no comércio varejista ampliado, o setor de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou avanço de 8,4%, enquanto o material de construção apresentou um relevante recuo de 14,0%.

“Também se destacaram as vendas de roupas, cosméticos, perfumaria, o que era de se esperar agora que as pessoas voltaram a sair e a frequentar festas, casamentos, formaturas. Já os eletrodomésticos são bens duráveis e não repetiram a performance destacada durante a pandemia, quando o isolamento social fez com que muitas famílias trocassem TVs, fogões e geladeiras, por exemplo”, conta o analista do IBGE.

As vendas de material de construção, por sua vez, explodiram durante a pandemia, não só pela demanda de construção de prédios quanto das pequenas reformas domésticas, que se mostraram necessárias durante o isolamento social e a adaptação ao trabalho remoto. “Agora, a inflação da construção está maior do que o IPCA, o que refreia o consumo e o volume de vendas cai, inclusive pela perda de poder aquisitivo da população”, aponta Daniel Dutra.

“Em alguns segmentos, vende-se menos, mas a receita é maior, o que indica o impacto da inflação. Já se vê isso no setor de combustíveis, artigos farmacêuticos e nos próprios supermercados”, complementa o analista.

Outras bases

A PMC mostrou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (maio de 2021), houve predomínio de taxas positivas em 17 das 27 unidades federativas. Os destaques foram Roraima (11,0%), Alagoas (9,7%) e Mato Grosso do Sul (7,9%). Minas Gerais registrou avanço de 4,5%.

No acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, 20 dos 27 estados apresentaram indicadores positivos, com destaque para Roraima (11,4%), Espírito Santo (9,7%) e Rio Grande do Sul (9,0%). Minas Gerais teve alta de 2,0%. 

Nos últimos 12 meses, em relação ao mesmo período do ano anterior, 17 das 27 unidades da Federação apresentaram indicadores negativos, sendo que as vendas do comércio em Minas Gerais cresceram 0,3%.

A Pesquisa Mensal do Comércio é realizada junto a empresas classificadas como comércio, que tenham 20 funcionários ou mais.

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