Economia

Vendas em MG recuaram 2,8% em setembro

Vendas em MG recuaram 2,8% em setembro
comércio varejista em Minas Gerais | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O comércio varejista em Minas Gerais apresentou uma retração de 2,8% em setembro, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a pesquisa aponta uma queda de 5,5%.

A superintendente das Pesquisas Econômicas do IBGE em Minas Gerais, Cláudia Pinelli, explica que esse recuo está diretamente ligado à elevação da inflação, ao aumento da taxa básica de juros e à redução do poder de compra das famílias.

“A queda nos indicadores mostra que o comércio varejista teve um impacto negativo muito forte com a perda no poder de compra das famílias devido à inflação, à incerteza política vivida no País, além do desemprego e a fragilidade econômica”, explica.

A pesquisa aponta que o Estado segue a média nacional, que teve recuo de 1,3%.  Na comparação com setembro do ano passado, a queda no Brasil chegou a 5,5%, o mesmo registrado em Minas Gerais.

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Pinelli avalia que essa tendência de queda segue a mesma do setor industrial, que também registrou retração nos últimos meses. “No caso da indústria, o principal motivo foi a falta de insumos e a alta da taxa básica de juros (Selic), que acabou influenciando na fabricação dos produtos para o abastecimento do comércio varejista”.

No acumulado de janeiro a setembro, o indicador do comércio varejista em Minas Gerais, de acordo com o IBGE, apresentou incremento de 5,7%. Na variação acumulada nos últimos 12 meses, o comércio no Estado cresceu 6,1%.

Segmentos

A pesquisa do IBGE aponta que apenas 3 das 13 atividades do varejo apresentaram avanço em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (16,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (7,2%) e móveis (3,7%).

No comércio varejista ampliado, o setor de veículos, motocicletas, partes e peças automotivas apresentou crescimento de 19,9%. “Vale explicar que esse crescimento é para automóveis usados. Os revendedores estão com vendas atrativas e fazendo bons negócios. Porém, o comércio para carros novos, a comercialização está parada devido ao custo elevado, com o aumento da taxa básica de juros e a falta de alguns modelos, porque a produção está paralisada nas indústrias devido à falta de insumos”, esclarece Pinelli.

Maiores quedas

Em contrapartida, o setor de material de construção, que no início da pandemia estava com as vendas em alta, apresentou recuo de 13,5% em setembro, ante o mês imediatamente anterior.

Outra surpresa foi a queda nas vendas em hipermercados e supermercados, que chegou a 1,3%. “No início da pandemia da Covid-19, as pessoas ficaram reclusas e a tendência era de que as famílias abastecessem os lares para evitar sair de casa. Posteriormente, veio a flexibilização, a alta da inflação, a perda do poder de compra das famílias e o desemprego. Agora, as famílias começam a comprar apenas os produtos de primeira necessidade e substituir pelos de menor custo”, detalha a pesquisadora.

Liquidação é a esperança do comércio

A superintendente das Pesquisas Econômicas do IBGE em Minas Gerais, Cláudia Pinelli, avalia que a Black Friday será o termômetro para o comércio varejista no Estado. 

Segundo a pesquisadora, com parte do 13° salário em mãos, os mineiros deverão indicar se o fim de ano será de melhora no comércio ou de retração. “Nessa data, as pessoas aproveitam para comprar o que precisam para a casa, adiantam os presentes natalinos e planejam as celebrações de fim de ano. A Black Friday acaba sendo esse termômetro que indica se teremos um Natal significativo para o comerciante e se os empresários conseguirão fechar o ano com bons resultados”, pontua.

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