Vendas em shoppings crescem em março

No mês de março, 87,1% dos lojistas de shopping centers na Região Metropolitana de Belo Horizonte observaram aumento nas vendas na comparação com o mês anterior contra apenas 12,9% relataram queda.
A variação média nominal do valor das vendas de março em relação a fevereiro foi de 16,56%, enquanto a variação em termos reais ficou em 10,38%. É o que aponta o Termômetro de Vendas da Associação de Lojistas de Shopping Center do Estado de Minas Gerais (Aloshopping/MG).
O vice-presidente da Aloshopping/MG, Marcelo Silveira, conta que um dos motivos para essa diferença entre fevereiro, que foi um mês considerado fraco para o comércio, e março deste ano é o menor número de dias úteis no mês de fevereiro devido ao Carnaval. Com essa diferença, os consumidores possuem mais tempo e oportunidades para adquirir produtos e serviços, o que pode ter influenciado nas vendas de março.
Outro motivo, apontado por ele, é o menor número de despesas, como IPTU e material escolar, que costuma pressionar a renda das famílias. A redução dos gastos concentrados no início do ano gera mais espaço no orçamento que pode ser usado para o consumo de bens e serviços.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Março/23 vs Março/22
Já na comparação com março de 2022, a variação média das vendas apresentou um resultado nominal positivo de 4,49% e uma variação real negativa de -1,05%. Para 64,52% dos donos de lojas em shopping centers houve um aumento nas vendas se comparado com o mesmo mês do ano anterior, enquanto 35,48% registraram queda.
Na visão de Silveira, um dos fatores que influenciaram no resultado nominal deste comparativo foi a estratégia dos empresários de comprar apenas o necessário para completar seu estoque, diminuindo assim a oferta de produtos.
Além disso, ele também aponta para a alta da taxa de juros, que prejudicou a venda de bens duráveis como geladeira, eletroeletrônicos e celulares. Esse cenário de juros mais elevados têm inibido o crédito e aumentado a inadimplência das famílias, que é outro fator prejudicial às vendas citado por Silveira. Toda essa situação tem gerado certa cautela por parte dos consumidores na hora de realizar suas compras, o que pode explicar a variação real negativa.
Mas o vice-presidente da Aloshopping também ressalta que esse cenário poderia ser ainda pior se não fosse o bom desempenho do mercado de trabalho, com seis milhões de empregos gerados pelo país no último ano e meio. No final, isso se reflete em uma importante fonte de renda para as famílias e, naturalmente, tem contribuído para que elas possam gastar mais.
Ticket Médio
O Termômetro de vendas Aloshopping de março apontou que 83,87% dos empresários relataram um aumento ou estabilidade no ticket médio, enquanto outros 16,13% afirmaram ter sofrido uma diminuição.
De acordo com Silveira, esse aumento do ticket médio foi causado pela elevação dos preços dos produtos vendidos nos shopping centers, que por sua vez, é resultado da quebra na cadeia produtiva e de um aumento nos custos das matérias-primas.
Esses fatores afetam diretamente os preços dos produtos, fazendo com que os varejistas precisem repassar esses custos extras aos consumidores finais. Essa situação tem sido um desafio para muitos varejistas, que precisam lidar com a pressão de preços mais altos e ainda assim manter suas vendas.
Outro desafio, segundo o vice-presidente da Aloshopping, é a questão dos aluguéis, que segue sendo um grande problema para os donos de lojas em shoppings. Ele lembra que o preço dos aluguéis sofreu um reajuste superior a 50% nos últimos três anos e que muitos lojistas deixaram os shoppings ou foram substituídos devido a esse aumento. Além disso, o valor do fundo de promoção também tem acompanhado essa elevação.
Ouça a rádio de Minas