Vendas de materiais de construção em MG tiveram queda

O ano de 2024 começou com resultado negativo para a comercialização de materiais de construção em Minas. Em janeiro deste ano frente igual mês do ano anterior, as vendas tiveram queda na casa dos 7%, segundo avaliação do diretor da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac-MG), Wagner Mattos.
Ele explica que vários motivos colaboraram para o recuo no faturamento, como o comprometimento da renda do consumidor com o pagamento de impostos, além do impacto do período de férias.
Mattos, que também é diretor do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco BH e Região), diz que o resultado do primeiro mês deste ano ficou praticamente empatado com dezembro de 2023. “Dezembro e janeiro são normalmente fracos para a atividade”, observa.
Fevereiro, até o momento, também não apresentou desempenho positivo em razão do impacto do Carnaval, que fez com que o consumidor preferisse usar os recursos financeiros em viagens ou comemorações típicas da data.
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O diretor da Acomac-MG e do Sindimaco BH e Região ressalta que o cenário para a venda de materiais de construção em Minas Gerais se torna mais visível a partir de março. Mattos destaca que há diversas variáveis que, no momento, podem ajudar o setor a fechar no “azul” neste ano, entre elas, inflação controlada e emprego em alta em Minas Gerais. “Depois de anos marcados por dificuldades, o setor está trabalhando com a possibilidade de fechar no azul em 2024”, diz.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação em Minas Gerais em 2023 foi de 5,8%, o menor patamar em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), com início em 2012. Em comparação ao exercício imediatamente anterior, o índice de desemprego no Estado recuou 1,9 ponto percentual.
No País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou 2023 com alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta da inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,75% e 4,75%.
Juros
Outra variável que deve ajudar o segmento a ter um resultado melhor em 2024 é a redução da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente em está em 11,25% ao ano. Foi em agosto de 2023 que foi iniciado o ciclo de cortes da taxa. “A redução da Selic é muito importante para o setor, pois o consumidor, no geral, utiliza o crédito para adquirir os materiais de construção”, observa.
A redução do preço de vários itens, depois da alta expressiva durante a pandemia, também deve ajudar a estimular o consumo neste ano, na avaliação do diretor. Ele acrescenta que, apesar do cenário com tendência positiva, há outros aspectos que devem ser considerados, como as questões que envolvem a reforma tributária, além das “turbulências políticas”.
Balanço 2023
Em dezembro do ano passado, Mattos disse ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que o setor em Minas Gerais fecharia o ano no “vermelho”. O resultado negativo foi confirmado pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. As vendas de material de construção no Estado tiveram recuo de 4,4% em Minas.
No País, o resultado também foi de queda, com perdas de 1,9% em relação ao ano anterior. O dado positivo é que a queda nacional foi com menor intensidade na comparação de 2022 com 2021, quando a retração foi mais intensa: 8,7%.
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