Venda de materiais escolares movimenta papelarias em BH; expectativa é de 6% de alta no setor

Lojistas do segmento de materiais escolares em Belo Horizonte esperam um aumento nas vendas entre 5% e 6% no período que antecede a volta às aulas neste ano, de acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas da cidade (CDL/BH).
O negócio, que movimenta bilhões em todo o País, já está preparado para atender os consumidores. Conforme estimativa do Instituto Locomotiva e QuestionPro, as famílias brasileiras gastaram, em 2024, cerca de R$ 49,3 bilhões com a aquisição de cadernos, livros, uniformes, entre outros itens essenciais para os estudos.
Na capital mineira, a empresária e diretora da CDL Jovem de Belo Horizonte, Raíssa Homem, que também integra o Grupo CDL Negócios Papelaria, declara que o setor está confiante e espera um saldo positivo nas vendas este ano.
Ela conta que é na segunda quinzena de janeiro que a maioria dos pais se dedicam às compras dos materiais escolares.
“Em dezembro, há, quando o foco é nos presentes. Depois disso, tem as férias e muitas contas a pagar. Então, os pais acabam deixando as compras de materiais escolares mais para a segunda quinzena de janeiro , próximo ao início das aulas. É uma forma de adiar os gastos”, explica.
Conforme a empresária, muitos consumidores têm pedido orçamento e pesquisado preços em mais de um lugar.
“Estamos observando esse comportamento e atribuindo à alta da moeda norte-americana. Como nossos produtos são, em grande maioria, importados, enfrentamos a inflação, elevação dos custos, dos impostos e da alta do dólar”, afirma.
Apesar do cenário econômico, a diversificação dos produtos e o maior valor agregado oferecido fazem os empresários esperarem um tíquete médio maior que o do ano passado. “Temos produtos mais ‘fofos’. Temos lápis de R$ 1 até R$ 6, então conseguimos agregar mais valor”, comenta.
Para este ano, o setor espera um tíquete médio de R$ 290. E com relação à forma de pagamento, na percepção de Raíssa Homem, a opção à vista é a mais escolhida. Além de permitir maiores descontos, ela também conta com a facilidade do Pix.
“A pessoa consegue, em algumas papelarias, até 10% de desconto no pagamento à vista. Os que optam pelo pagamento parcelado chegam a dividir em até seis vezes, mas essa opção não tem sido a predileta”, diz.
Livro didáticos são os vilões das listas escolares
Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), o material escolar deve ficar entre 5% e 9% mais caro em 2025. A entidade afirma que um dos principais componentes para o aumento do valor é a carga tributária que, em alguns produtos chega a 40% em impostos.
Entretanto, a empresária Raíssa Homem destaca que o “vilão” das listas escolares não são os itens como cadernos, lápis, canetas e borracha, mas os livros didáticos.
“Os livros ficam em torno de R$ 1.500 por aluno e a porcentagem paga pelas editoras às papelarias é muito pequena. Hoje, as escolas costumam vender diretamente para os pais, por meio de parceria com as editoras, ou com o uso de material próprio”, destaca.
Ainda assim, a empresária ressalta que este é um valor significativo e que não é contabilizado mais nos caixas das papelarias, uma vez que a maioria não vende mais os livros didáticos.
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