Economia

Vendas recuam 4,4% na região Sudeste

Foram negociados nos primeiros 9 meses do ano 21.929 mi/t contra 22.927 mi/t na mesma base de comparação
Vendas recuam 4,4% na região Sudeste
Comercializações de cimento no Brasil tiveram um crescimento de 6,3% em janeiro | Crédito: Washington Alves/Reuters

No acumulado dos nove primeiros meses de 2022, as vendas de cimento no Sudeste tiveram retração de 4,4% quando comparado ao mesmo intervalo de 2021. A comercialização total no período foi de 21.929 milhões de toneladas contra 22.927 milhões de toneladas do exercício anterior. 

A região – maior consumidora nacional de cimento – também apresentou queda em setembro, quando foram vendidos 2.522 milhões de toneladas. O resultado foi uma baixa de 3,9% em relação às 2.625 milhões de toneladas vendidas no mesmo mês no ano passado. Os dados preliminares são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).

No Brasil, os dados também indicam retração nas duas bases comparativas. As vendas de cimento totalizaram de janeiro a setembro 47.747 milhões de toneladas, recuo de 3% frente ao mesmo período de 2021. Naquela época, o volume foi de 49.228 milhões de toneladas. Já as exportações de cimento somaram 308 mil toneladas neste ano e 354 mil toneladas no ano passado.

No que se refere às vendas realizadas no nono mês deste ano, o volume total de cimento vendido no País chegou a 5.525 milhões de toneladas. Em setembro de 2021, a comercialização foi de 5.744 milhões de toneladas, ou seja, uma queda de 3,8%. Ao analisar o despacho de cimento por dia útil de 238,4 mil toneladas há uma retração de 3,5% sobre o mesmo mês do ano passado. Entretanto, quando comparado a agosto, verifica-se um aumento de 1,6%. 

As justificativas para a desaceleração das vendas de cimento são a manutenção elevada da taxa Selic em 13,75%, o crescente endividamento das famílias e a lenta recuperação dos salários. Além da competição de investimentos imobiliários com produtos do mercado financeiro, os fatores listados dificultam, por exemplo, o acesso a empréstimos e crédito.

Quanto aos aspectos que podem impulsionar uma retomada do setor para o patamar de 2% estão: a recuperação de empregos e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o arrefecimento da inflação também tem potencial para reduzir a queda de vendas de cimento.

“Para a retomada do crescimento do setor é necessário o investimento no desenvolvimento urbano e de infraestrutura. Fundamental elevar a presença do cimento em programas habitacionais, como o uso da parede de concreto, que traz ganhos de produtividade e sustentabilidade para a construção civil”, disse o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna. 

“Além disso, é imprescindível incluir o pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas e rodovias, por ser um método construtivo de maior durabilidade, mais econômico, que exerce o menor impacto ambiental e ainda traz conforto e segurança para os usuários”, completou.

Ainda de acordo com o Snic, o índice de confiança do consumidor atingiu em setembro o melhor nível desde janeiro de 2020. Já o indicador da construção alcançou o maior patamar desde novembro de 2012. No entanto, entre os segmentos, houveram caminhos distintos: edificações tiveram recuperação, enquanto infraestrutura retraiu. 

Outro ponto destacado pelo sindicato do cimento, é que com o aumento da taxa de juros das principais economias mundiais em busca de conter a inflação, há um comprometimento da atividade econômica. Isso reflete nos preços dos insumos energéticos, que permanecem em patamar elevado. As matérias-primas que integram o processo produtivo do cimento também mantêm alto percentual de reajuste desde 2020.

Neste sentido, o Snic ressalta que a indústria do cimento está avançando na utilização de combustíveis alternativos em substituição aos fósseis. A matriz energética do setor, por exemplo, já reaproveita 28% de resíduos industriais, urbanos e biomassas em seu processo produtivo. 

Conforme apurado em agosto pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o Brasil conta com 91 fábricas de cimento pertencentes a 22 grupos industriais, que estão distribuídas entre 80 municípios. Além dessas, há 11 unidades hibernadas, em função de redução de demanda, sendo quatro integradas e oito de moagem. Apenas em Minas Gerais são 15 fábricas, 13 integrais e duas de moagens. 

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