Economia

Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em julho, em linha com o esperado

As vendas varejistas recuaram 0,3% frente a junho
Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em julho, em linha com o esperado
Foto: Diário do Comércio/Arquivo/Charles Silva

As vendas do varejo brasileiro marcaram o quarto mês consecutivo de queda em julho, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, fornecendo mais um indicativo da continuidade do esfriamento gradual da atividade econômica na abertura do terceiro trimestre em meio a juros elevados.

As vendas varejistas recuaram 0,3% frente a junho, na série com ajuste sazonal, com alta de 1,0% na comparação com julho de 2024. Economistas esperavam uma queda de 0,3% do varejo frente a junho e alta de 0,8% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.

Das oito atividades do comércio varejista investigadas pelo IBGE, metade teve queda nas vendas, liderada por equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,1%) e tecidos, vestuário e calçados (-2,9%). As maiores altas foram registradas em móveis e eletrodomésticos (1,5%) e livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%).

O chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve crescimento de 1,3% das vendas em julho sobre junho, com queda de 2,5% na comparação anual.

O gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, destacou a perda de fôlego no curto prazo do varejo, que acumulou queda de 1,1% no patamar de vendas desde março.

“O que se vê é uma trajetória lenta e contínua de queda do varejo brasileiro nesses últimos meses”, disse a jornalistas. “O crédito da pessoa física já começa a cair em função dos juros mais altos e isso influencia o comércio. A queda só é mais lenta por conta dos indicadores do mercado de trabalho.”

O Banco Central se reunirá na próxima semana para deliberar sobre os juros, após ter interrompido seu ciclo de alta no final de julho, anunciando a intenção de manter a Selic em 15% por tempo “bastante prolongado”.

Na ocasião, os diretores da autarquia destacaram que os indicadores de atividade econômica vinham apresentando certa moderação no crescimento, como esperado, mas que o mercado de trabalho ainda mostrava dinamismo –a taxa de desemprego foi de 5,8% nos três meses até junho, último dado disponível e o mais baixo da série do IBGE.

Dados do IBGE na semana passada mostraram que a produção industrial do país também encolheu em julho, em 0,2%, marcando o quarto mês seguido sem crescimento.

No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto brasileiro já mostrou desaceleração, marcando crescimento de 0,4% sobre os três meses anteriores, após avanço de 1,3% no primeiro trimestre.

(Conteúdo distribuído por Reuters)

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