Economia

Vendas no varejo de Minas Gerais registram queda de 1,1% em fevereiro

O recuo surge após o indicador apresentar avanço de 2% no volume de vendas do setor no Estado em janeiro deste ano
Vendas no varejo de Minas Gerais registram queda de 1,1% em fevereiro
Foto: Alessandro Carvalho Diário do Comércio

O comércio varejista de Minas Gerais registrou queda de 1,1% nas vendas em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Conforme os dados do Índice do Varejo Stone (IVS), essa retração foi mais acentuada do que a média nacional, que apresentou uma variação negativa de 0,9% no último mês.

O pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, Matheus Calvelli, avalia que o desempenho do Estado foi impactado pelos efeitos da menor confiança do consumidor e da alta dos preços, principalmente, em segmentos essenciais, como supermercados e produtos alimentícios, que recuaram nacionalmente.

“Já segmentos como material de construção e combustíveis conseguiram sustentar crescimento, o que pode indicar uma demanda ainda presente por investimentos em habitação e mobilidade”, completa.

Ele aponta que o varejo em Minas segue a mesma tendência que no restante do País. Para o especialista, o resultado nacional reflete um cenário de desaceleração econômica. “Entre os principais fatores, destacam-se o impacto da inflação nos alimentos, que compromete o orçamento das famílias, e o alto nível de endividamento, que reduz o espaço para novos gastos”, explica.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Calvelli ainda destaca que, apesar de aquecido, o mercado de trabalho tem mostrado sinais de arrefecimento. O economista aponta para o avanço de 6,5% da taxa de desemprego e a desaceleração da geração de empregos no mercado.

“O mercado de trabalho ainda está aquecido, mas os sinais de desaceleração ficaram ainda mais evidentes em fevereiro. A taxa de desemprego subiu para 6,5% em janeiro (Pnad) e a criação de novos empregos formais perdeu força (Caged). Além disso, a alta no preço dos alimentos continua pesando no bolso das famílias, que já enfrentam um alto nível de endividamento”, pontua.

Para o especialista, todos esses fatores impactam o consumo. Portanto, essa queda no setor varejista acaba refletindo um enfraquecimento mais amplo da economia brasileira.

Unidade da rede Supernosso, em Belo Horizonte.
Foto: Grupo Supernosso / Divulgação

A variação negativa no indicador surge após sinais iniciais de recuperação apresentados em janeiro deste ano. O estudo ainda demonstra que o recuo nacional é ainda maior na comparação com fevereiro de 2024, com queda de 1% no índice.

No recorte regional, os principais destaques positivos do estudo foram Pernambuco e Roraima, com altas de 1,8% e 1,6% frente a janeiro deste ano. Enquanto o Mato Grosso do Sul apresentou a maior queda, com retração de 8,4%. Já o Espírito Santo permaneceu estável e sem variação no período.

O comércio digital no País fechou o último mês com alta de 0,4%, enquanto o segmento físico recuou 1,6% na comparação com o mês anterior. Já no comparativo anual, o comércio digital cresceu 10,8% e o físico teve variação negativa de 3,7%.

Desempenho por segmentos do varejo

Apenas dois dos oito segmentos analisados no levantamento tiveram alta na análise mensal: Material de Construção e o de Móveis e Eletrodomésticos, que cresceram 0,7% e 0,2%, respectivamente. Outros cinco caíram, com destaque para o grupo dos Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (5,9%), enquanto o segmento de Tecidos, Vestuário e Calçados foi o único com estabilidade.

Já na comparação com fevereiro do ano passado, o grupo dos Combustíveis e Lubrificantes tiveram o melhor desempenho, com variação positiva de 41%. Enquanto o segmento de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-7,7%) teve a queda mais acentuada no comparativo.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas