Economia

Vendas do varejo mineiro crescem 0,3% em maio e superam média nacional

Setor registra avanços em cinco das oito atividades pesquisadas e mantém trajetória de crescimento moderado, com destaque para supermercados e vestuário
Vendas do varejo mineiro crescem 0,3% em maio e superam média nacional
Foto: Adobe Stock

O volume de vendas do comércio varejista mineiro avançou 0,3% em maio, na comparação com abril, superando o dado nacional, que apresentou uma queda de 0,2%. O Estado é uma das seis unidades da federação que apresentaram resultado positivo no Brasil. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pertencem à Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

Já na comparação anual, a alta foi de 1,1% no volume de vendas de maio deste ano em Minas Gerais em relação ao mesmo mês do ano anterior. Neste caso, o resultado é inferior ao crescimento nacional, que foi de 2,1% na mesma base de comparação.

No comércio varejista mineiro, cinco das oito atividades investigadas apresentaram avanços em maio de 2025, na comparação com maio de 2024, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (14,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,2%).

Enquanto isso, três das oito atividades investigadas apresentaram recuo em relação ao ano passado, com destaque para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-47,9%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,4%).

O analista do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Daniel Dutra, considera este um quadro de pequeno crescimento, com tendência mais próxima da estabilidade do que de desaceleração, já que em alguns meses do ano o comércio registra alta e, em outros, pequenos recuos.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Dutra destaca como influência positiva a atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que é a principal influência no indicador geral do estado. “Esse setor representa mais de 40% do peso do indicador geral e apresentou crescimento de 0,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, um aumento considerado relevante”, explica.

Por outro lado, no comércio varejista ampliado, duas das três atividades complementares registraram queda no volume de vendas, contrastando com uma alta de 7,5% na atividade de material de construção. São elas os segmentos de veículos, motocicletas e peças (-5%) e atacado de produtos alimentícios e bebidas (-10,4%).

Outro ponto ressaltado pelo analista do IBGE é o desempenho do setor de veículos, motocicletas e peças. Após 12 meses de avanço, o volume de comércio desse grupo registrou, segundo Dutra, o segundo recuo consecutivo. “Era um setor que estava crescendo muito e que nos últimos dois meses recuou. O patamar desse grupo estava alto e a tendência é realmente recuar um pouco”, comenta.

No acumulado do ano, também houve predomínio de taxas positivas. De janeiro a maio, Minas Gerais apresentou alta acumulada de 1,9%, porém abaixo do crescimento nacional, que foi de 2,2% no mesmo período. Das oito atividades analisadas, sete avançaram em relação aos cinco primeiros meses de 2024. O destaque, neste caso, é o setor de livros, jornais e revistas (6,5%), e de tecidos, vestuário e calçados (4,7%).

No varejo ampliado, que, além dos bens de consumo, contempla automóveis, materiais de construção e atacado de produtos alimentícios, o volume de vendas avançou 0,4% nos cinco primeiros meses do ano. A atividade de veículos, motocicletas e peças apresentou, no acumulado, alta de 3,7%.

Em Minas Gerais, nos últimos 12 meses, foram observadas nove taxas positivas e três negativas, o que sinaliza ainda uma tendência de crescimento do setor – com avanço de 2% em Minas Gerais e de 3% no Brasil. “Estes números ainda mostram um setor com trajetória positiva, mas incerto, com avanços e recuos se intercalando”, diz Daniel Dutra.

Tendência é de ano mais moderado no comércio

Para o economista da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), João Gabriel Pio, o contexto econômico atual é marcado por desafios que fazem com que as perspectivas do comércio varejista sejam mais moderadas neste ano.

Para ele, no âmbito doméstico, a manutenção de uma política monetária restritiva por período prolongado manterá o custo do crédito em patamar elevado e restringirá o consumo das famílias, limitando o setor. Além disso, a inflação persistente, com projeções acima do teto da meta, segue pressionando o poder de compra, impondo obstáculos adicionais à demanda.

“Já no cenário externo, a condução da política comercial dos Estados Unidos segue gerando incertezas, sobretudo quanto à reação dos setores econômicos, o que tende a ampliar a cautela dos agentes e limitar o desempenho do comércio varejista”, explica. 

Além disso, a imposição de tarifas mais elevadas sobre produtos chineses pode redirecionar excedentes da China para mercados alternativos, como o Brasil, intensificando a concorrência interna.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas