Emplacamentos de veículos em Minas Gerais cresceram 3,5% em 2024

As vendas de veículos em Minas Gerais encerraram 2024 com crescimento de 3,58% na comparação com o ano anterior. O balanço foi divulgado ontem pelo Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-MG) e pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Apesar disso, o setor no Estado registrou um desempenho abaixo da média nacional, com alta de 15,5%, melhor resultado percentual em 17 anos.

Ao todo, foram comercializados no Estado 690.107 veículos no último ano – 23,8 mil a mais do que em 2023. Somente em dezembro, foram 70 mil emplacamentos entre automóveis, comerciais leves, caminhões, motocicletas e reboques.

Somente o segmento de automóveis e comercial leves, que responde pela maior parte das vendas, avançou apenas 0,79% em Minas, enquanto no Brasil a alta foi de 14% no acumulado anual. O diretor-executivo da Fenabrave-MG, Carlos Barreto, explica que a diminuição nas compras por parte das locadoras impactou os números do Estado.

“O mercado de venda direta para locadoras em Minas representa entre 75% a 85% das vendas totais de automóveis e comerciais leves. Em 2024 as locadoras diminuíram as compras de veículos e isso impactou no resultado total”, avalia.

Vendas foram impulsionadas pelo desempenho do agronegócio e construção civil

O crescimento tímido em Minas Gerais só não foi pior em razão da alta na venda de caminhões (18,2%) e motocicletas (12,7%), que também performaram em destaque no cenário nacional. No Brasil, o segmento de caminhões registrou o maior avanço em 3 anos com maior impulso no segundo semestre, encerrando 2024 122.099 emplacamentos – uma alta de 17,4% com relação a 2023.

Para o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, o bom desempenho da categoria foi influenciado pela performance positiva de outros segmentos da economia, como construção civil, agronegócio e infraestrutura urbana. “O volume só não foi maior em função dos pedidos ainda pendentes de efetivação ocorridos durante a Fenatran realizada no final de novembro”, pontua.

Em relação às motocicletas, a categoria apresentou o terceiro melhor desempenho da série histórica no País e o melhor em três anos, com mais de um milhão de unidades emplacadas. Entretanto, a expectativa, segundo o dirigente, era ainda mais otimista e problemas como a seca e a falta de insumos podem ter impedido um recorde em 2024.

Para 2025, em decorrência das incertezas econômicas, a entidade projeta um crescimento moderado de 7% em todo o setor de veículos. As projeções, realizadas a cada trimestre, estão sujeitas a condições do mercado, do cenário macroeconômico e político, e de indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB), índices de emprego, confiança e oferta de crédito.

Após recorde, setor de seminovos quer chegar a 2 milhões de unidades vendidas em Minas

Também em crescimento, o mercado de seminovos atingiu a marca de 15,7 milhões de unidades vendidas no Brasil em 2024 – o melhor desempenho desde 2011 e um crescimento de 9,2% na comparação com o ano anterior. Em Minas Gerais, as vendas negociadas até dezembro alcançaram 1.940.827 unidades, com alta de 5,9% na comparação com 2023.

Os dados, elaborados pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), mostram números recordes, tanto no cenário nacional quanto estadual. Em Belo Horizonte, o desempenho do setor também foi destaque com 517,4 mil transações e um crescimento de 7,6% em relação ao mesmo período de 2023.

Dentre os destaques em vendas no território mineiro, o Volkswagen Gol liderou no último mês do ano com 10,2 mil unidades vendidas, seguido pelo Fiat Palio (7.108) e Fiat Uno (6.825). Já na capital mineira, o Fiat Palio desbancou os concorrentes e figurou em primeiro lugar, com 1,6 mil negociações concretizadas.

O bom desempenho em vendas, segundo o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Junior, está diretamente ligado ao atual cenário econômico nacional. Fatores como a economia em estabilidade, a taxa de desemprego em queda e a flexibilidade dos bancos para aprovação de financiamentos contribuíram positivamente para o crescimento das vendas.

Outro detalhe mencionado é o fato de os veículos zero quilômetro estarem com preços de venda distantes da realidade de muitos brasileiros e também do preço dos seminovos, tornando-os uma opção de melhor custo-benefício para o consumidor. “Quem olha o carro zero acaba optando por um seminovo de até três anos com garantia de fábrica e quilometragem baixa”, pontua o dirigente.

Com relação ao desempenho em 2025, a expectativa é otimista se não houver mudanças drásticas no contexto econômico nacional. A projeção da entidade é que neste ano os bancos seguirão flexibilizando financiamentos e as atuais conjunturas positivas tornarão o mercado apto a um crescimento pujante para bater um novo recorde.

“O mercado de seminovos é quase sete vezes maior do que o zero quilômetro. Esperamos um crescimento entre 10% a 12% e acreditamos que talvez atingiremos os 2 milhões de vendas de veículos no Estado”, finaliza Glenio Junior.