Economia

Vendas de veículos usados impulsionam setor de autopeças em Minas Gerais

Com alto preço dos automóveis novos e a taxa básica de juros (Selic) em patamar restritivo acesso a um carro zero quilômetro fica inviável e coloca usados em destaque
Vendas de veículos usados impulsionam setor de autopeças em Minas Gerais
Foto: Divulgação Fenauto

O “boom” nas vendas de veículos seminovos tem impulsionado o mercado de autopeças e acessórios veiculares, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios de Belo Horizonte (Sincopeças-BH), Gustavo de Carvalho Pereira. O setor espera fechar o ano com crescimento de 5% em Minas Gerais.

O presidente do Sincopeças-BH aponta que o alto preço dos automóveis novos e a taxa básica de juros (Selic) em patamar restritivo dificultam a aquisição de um carro zero quilômetro e impulsiona a comercialização de usados, que necessitam de mais manutenção.

“A pessoa às vezes até pensava em trocar de carro, mas desiste de trocar, dá uma revisão no carro dele para aguentar mais um tempo, para ver se a curva de juros baixa. Então isso tem ajudado muito o setor automotivo”, explica Pereira.

Ele ressalta que a perspectiva do setor, até o momento, é de uma Selic alta até agosto do próximo ano, o que dificulta as vendas de veículos novos e, por consequência, aquece a comercialização de seminovos. O mercado estima que, em 2025, sejam vendidos 2 milhões de carros novos e 14 milhões de usados no País.

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Mais vendas de veículos usados vão impulsionar a demanda por manutenção no setor de autopeças por mais algum tempo. De janeiro a setembro, o setor cresceu 4,5% em Minas Gerais. “Se o cenário continuar conforme está projetado, esse cenário de crescimento continua, sem dúvida, até o final de 2025”, ressalta.

Outro setor impactado por este movimento nas vendas de veículos é o de fundição, que fabrica peças e componentes a partir de metais e ligas por meio desse processo na indústria de transformação e tem no setor automotivo como o carro-chefe na demanda.

Entretanto, a participação atual do setor de veículos na indústria de fundição é de 36%, uma queda expressiva comparada aos 48% de outros tempos. O setor de fundição em Minas Gerais é o segundo maior polo produtor de fundidos do Brasil, emprega cerca de 19 mil pessoas e produziu 650 mil toneladas de fundidos no ano passado.

No acumulado de janeiro a agosto, o setor de fundição cresceu 4,2% em Minas Gerais. “Há alguns indícios de manutenção de crescimento, principalmente na parte da agroindústria, mineração, setor de máquinas e equipamentos, mas acreditamos que devemos ultrapassar o limite de 5% de crescimento esse ano”, declara o presidente do sindicato da indústria da Fundição do Estado de Minas Gerais (Sifumg), Afonso Gonzaga.

Maior feira do setor de autopeças de Minas Gerais

Com todo este cenário, os setores de autopeças e fundição participarão da 5ª edição da Feira Minasparts, maior evento do setor de autopeças e reparação automotiva de Minas Gerais, entre os dias 6 e 9 de novembro, no Expominas BH. Após um hiato de cinco anos, a feira retorna com inovações, tecnologias, tendências e os principais players do setor.

No mesmo local e praticamente de forma concomitante, entre os dias 5 e 8 de novembro, será realizada a primeira edição da Semana Industrial Mineira (SIM), que reúne os principais participantes da indústria para apresentar inovações tecnológicas e propiciar oportunidades de negócios.

“A feira é um indutor de desenvolvimento, lá você busca não só produção, mas também conhecimento técnico, inovação. Isso chega em uma situação extremamente importante para Minas Gerais”, declara Afonso Gonzaga.

O organizador dos dois eventos, Cassio Dresch, afirma que a MinasParts terá o maior número de expositores da história do evento. Já a SIM superou a projeção inicial de uma centena de expositores e contará com a presença de 120 negócios.

O tamanho do mercado automotivo de Minas Gerais – segundo maior do País – e da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que sozinha concentra 7% da frota nacional de veículos, é o que justifica eventos desse porte. “Nós vamos devemos superar a casa das 150 marcas expositoras (na MinasParts), um crescimento expressivo da ordem de 25% comparativamente à última edição”, diz Dresch.

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