Villa Gávea vai investir R$ 2 bi em Uberlândia

Um complexo de torres residenciais e comerciais, equipamentos públicos e privados de serviços, lazer e trabalho, áreas verdes e centros de convivência – tudo isso reunido em um “novo centro” de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Esta é a proposta do Villa Gávea, empreendimento grandioso que instalará 15 torres na região Sul da cidade.

O complexo fica junto ao Uberlândia Shopping, com 300 mil metros quadrados (m2) de área construída em um terreno de 64.374 m2, com 10.445 m2 de áreas verdes abertas ao público. O investimento total será de R$ 2 bilhões, com a geração de mais de 3 mil empregos nas obras que deverão se estender por oito anos.

O empreendimento reúne três construtoras, a Inconew, de Uberlândia, a Bild e a Perplan, ambas de Ribeirão Preto (SP), que, reunidas pela fomentadora de negócios Alia Empreendedores, fizeram seu lançamento ontem, véspera do aniversário da cidade, que completou 134 anos. A criação de novas centralidades é um movimento comum no município do Triângulo Mineiro, que viu nascer desde meados do século passado novos núcleos urbanos como o bairro Martins, o Santa Mônica e o Luizote.   

O Villa Gávea, no entanto, tem uma proposta diferente, na medida em que o projeto foi planejado e será desenvolvido com o propósito específico de ser uma nova centralidade, local em que as pessoas poderão morar, trabalhar, comprar e se divertir. O que, segundo os empreendedores, não significa que o “novo centro” irá se isolar do restante da cidade. Há, segundo eles, uma preocupação com a sinergia do complexo com as vizinhas zonas Leste e Oeste, que irão não só trabalhar e consumir, mas também usufruir dos serviços, equipamentos e áreas verdes do local.

---

A esse respeito, o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (Progressistas), afirmou que  sua administração olha por toda a cidade. Ele destacou a infraestrutura privilegiada do local, a começar pela emblemática avenida Rondon Pacheco, principal corredor da cidade, que foi duplicada e ganhou um elevado, na avenida Nicomedes, que será inaugurado este ano.

Mas, segundo o prefeito, o Villa Gávea é um “empreendimento para todos”. “Esse é meu sentimento, não sei se estou errado. Meus parabéns, porque vocês não estão olhando para determinada classe social, mas estão olhando para várias, e isso se chama integração”, disse Leão.  

O complexo terá associado um World Trade Center (WTC), o primeiro em uma cidade do interior. Trata-se da maior plataforma de negócios e investimentos do mundo, com mais de 323 unidades em mais de 90 países. Em Uberlândia, suas cinco torres vão reunir diferentes grupos empresariais em um ecossistema internacional de conexões globais, cuja estrutura inclui salas comerciais, lajes corporativas, centro de eventos e Studio Home&Office – apartamentos estilo estúdio que funcionam como casa e escritório simultaneamente – apartamentos de alto padrão e heliponto.

A Associação Villa Gávea é uma organização jurídica criada para gerir o complexo. Seu presidente, Pedro Paulo Pina Ferreira, é proprietário da Inconew, que, ao lado da Bid e Perplan, vai erguer as torres no Villa Gávea. Ele ressalta que cada construtora tem seus parceiros investidores, que ele prefere não identificar. Além de Uberlândia, eles avaliam projetos semelhantes na vizinha Uberaba.

Economia diversificada

Segundo Ferreira, Uberlândia foi escolhida para sediar o complexo por ter uma economia diversificada, que abrange atividades fortes do agronegócio, setor de serviços, logística, telecomunicações, entre outros. E que está sempre atraindo novos investimentos – alguns mais recentes são de grandes supermercados, de uma unidade da transportadora Braspress e a expansão da Start Química e da Ambev. Além da LD Celulose, instalada em Araguari, mas que “seus funcionários vão morar em Uberlândia, graças à infraestrutura oferecida pela cidade”, aponta o empresário.

Outra vantagem da cidade é a infraestrutura pronta do local, que não demandará intervenções viárias adicionais. O World Trade Center será construído em etapas, com a primeira torre sendo iniciada no primeiro semestre de 2023. Ferreira cita o exemplo de Buenos Aires e Montevidéu, onde a implantação de WTCs transformou vazios urbanos não só em novas centralidades, mas referências para toda a cidade. Em Buenos Aires, o exemplo vem da região ao redor de Puerto Madero, com suas corporações multinacionais, apartamentos de alto padrão e referências gastronômicas. Já em Montevidéu, o WTC ocupou a região próxima a uma antiga prisão, que se tornou um shopping.

“Não temos dúvida de que o Villa Gávea pode se tornar um local de integração da região sul, que abriga bairros de classe média alta e baixa. Toda a população poderá frequentar não só para trabalhar, como também para usufruir de locais de lazer e convivência”, pontua o empresário.  

Modelo é tendência

O empreendimento de Uberlândia segue uma tendência que se repete em projetos semelhantes inclusive em Minas, instalados em núcleos urbanos de economia vigorosa e em crescimento. Em Nova Lima, o Himalaya Town Center terá no mesmo espaço torres residenciais e corporativas, studio de apartamentos, hospital (do grupo Oncoclínicas), shopping center, centro de convenções, teatro de arena, praça com 20 mil m2 de jardins e pista de corrida de 1 km de extensão, além de um estacionamento para 2.500 veículos.

Localizado na alameda Oscar Niemeyer, no bairro Vila da Serra, o empreendimento, planejado pela Everest Empreendimentos, receberá aportes da ordem de R$ 1 bilhão e conta com os seguintes investidores: Cedro Participações, Makalu Participações, Somar 4 e Fumec, além da própria Everest.

Em Contagem, o Inova Parque vai requerer pelo menos R$ 1,3 bilhão em investimento numa estrutura com área verde, localização privilegiada, comércio, área residencial, lazer e serviços.

O projeto, que tem como empreendedores a Construtora Diniz Camargos, OBA Empreendimentos e Participações e MCM Empreendimentos, adotará o conceito 15-Minute City, que tem como objetivo alocar as principais necessidades diárias a serem atendidas em uma caminhada de 15 minutos.

Localizado em um terreno de 317 mil metros quadrados, na avenida João César de Oliveira, o empreendimento terá 14 torres residenciais, seis comerciais, além de shopping centers, supermercado, escola e hospital.