Economia

Volatilidade e colapso do mercado de dívidas derrubaram número de operações

Volatilidade e colapso do mercado de dívidas derrubaram número de operações
Crédito: Pixabay

Londres e Nova York – A atividade global de fusões e aquisições este ano ficou bem abaixo do registrado ano passado, com o colapso dos mercados de dívida e a volatilidade dos mercados de ações dizimando o valor das empresas. Para 2023, a expectativa de executivos de bancos de investimento é de um caminho lento de recuperação.

O valor total das fusões e aquisições realizadas este ano caiu 37% até 20 de dezembro, para US$ 3,66 trilhões, segundo dados da Dealogic, depois de atingir recorde histórico de US$ 5,9 trilhões no ano passado.

Executivos de banco de investimento e advogados de negócios disseram que os níveis de atividade de 2021 eram insustentáveis e que uma correção era inevitável, mas culparam a incerteza macroeconômica por dificultar vários acordos potenciais no segundo semestre deste ano.

“Alguns vendedores ainda esperam pelo preço de ontem e alguns compradores ainda esperam obter o financiamento de ontem, embora essas coisas não estejam mais disponíveis. É por isso que vimos menos atividade”, disse o codiretor global de M&A no JPMorgan, Dirk Albersmeier.

Os volumes de fusões e aquisições nos Estados Unidos caíram cerca de 43%, para US$ 1,53 trilhão, enquanto a Europa e a Ásia-Pacífico registraram uma queda de 27% e 30%, respectivamente, com volumes pairando um pouco acima da marca de US$ 900 bilhões.

No quarto trimestre, houve uma contração de 56% nas fusões e aquisições globais, para US$ 641,2 bilhões, em parte causada de uma queda de 66% na atividade de private equity.

O mercado de financiamento para aquisições alavancadas parou em 2022 quando os bancos centrais aumentaram as taxas de juros, forçando grandes firmas de private equity a assinarem cheques maiores ou abandonarem ambições de aquisição. Os volumes de compras de ativos lideradas por private equity caíram 35% durante o ano.

“Apesar do ambiente macro e geopolítico, estratégias bem capitalizadas ainda farão negócios importantes para planos de longo prazo”, disse o codiretor de fusões e aquisições globais do Bank of America , Ivan Farman.

Mesmo com ventos macroeconômicos contrários, houve 39 negócios no valor de mais de US$ 10 bilhões anunciados em 2022.

Eamon Brabazon, codiretor de fusões e aquisições na Europa, África e Oriente Médio do Bank of America, prevê um primeiro trimestre “moderado”, mas disse que “os volumes de negócios começarão a crescer no segundo trimestre”.

A aquisição da Albertsons pela Kroger por US$ 25 bilhões e a compra da Horizon Therapeutics pela Amgen por US$ 28 bilhões foram os maiores negócios do quarto trimestre.

DesaceleraçãoVários meganegócios no valor de dezenas de bilhões de dólares se desfizeram em 2022, quando a volatilidade do mercado e leis antitruste mais rígidas fizeram empresas pisar no freio.

“Apesar dos desafios de financiamento para aquisições, os fundos de private equity continuam confiantes, pois estão sentados em uma grande quantidade de pólvora seca e o mercado está indo atrás deles”, disse Alvaro Membrillera, chefe do escritório de Londres da Paul Weiss.

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