Volume de fretes rodoviários tem crescimento de 22% em MG
O volume de fretes rodoviários cresceu 22% em Minas Gerais, no terceiro trimestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. Neste ano, São Paulo representou 23% dos fretes no terceiro trimestre, enquanto Minas ficou em segundo, com 16%. Os dados foram divulgados na sexta-feira(17) pela plataforma FreteBras.
Na construção civil, Minas se destacou e ficou com o primeiro lugar na representatividade do total de fretes de insumos, com 45,5%. Aumento de 0,7% em relação ao segundo trimestre e de 31,6% na comparação com o mesmo período de 2020.
Os produtos mais transportados foram cimento, pedras e pisos. ‘’Só o transporte de cimento cresceu 56%, é uma demanda impressionante. Um grande polo é a cidade de Arcos. Tem a fábrica da CSN (Cimentos) e outras cimenteiras. É uma região muito forte e a gente tenta sempre direcionar os caminhoneiros para suprir essa demanda’’, conta o diretor de operações da FreteBras, Bruno Hacad.
O transporte dos produtos do agronegócio representou 39,7% dos fretes no terceiro trimestre, em todo o País, o equivalente a R$ 7,8 bilhões. Minas Gerais foi responsável por 12,4% desse total, um crescimento de 73% no terceiro trimestre e de 44,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais produtos transportados pelas nossas rodovias foram fertilizantes, abóbora e milho.
Já em relação aos produtos industrializados, Minas somou 10,8% dos fretes, aumento de 22,1% no trimestre e de 0,2% em relação a 2020. As cargas mais transportadas foram de alimentos, siderúrgicos e máquinas e equipamentos.
Diesel x Frete
Um grande problema que ronda o transporte nas rodovias em todo o Brasil é a comparação entre o preço do óleo diesel e o valor pago aos caminhoneiros pelos fretes. Bruno Hacad diz que o diesel já representou 40% dos custos dos motoristas, mas hoje esse gasto chega a 60%. “O frete teve aumento de 1,9% entre o terceiro trimestre de 2020 e o de 2021. No mesmo período, o diesel ficou 30% mais caro nas bombas. Você vê um derretimento das margens dos caminhoneiros, que absorvem este custo. Tem muito motorista até com vontade de parar de trabalhar porque não justifica pra ele”, relata.
A FreteBras tenta facilitar as transações entre transportadoras e caminhoneiros, utilizando a tecnologia para tornar o transporte rodoviário de cargas mais seguro e eficiente. Com mais de 630 mil caminhoneiros cadastrados e 16 mil empresas assinantes, a empresa permite que fretes sejam publicados e negociados em minutos, reduzindo custos operacionais e aumentando a rentabilidade do setor.
Em 2021, foram 7,5 milhões de cargas, distribuindo R$ 60 bilhões em fretes. O diretor de operações da empresa tem a expectativa da continuidade da retomada econômica e da melhoria na safra, o que pode levar a um crescimento de 50% a 60% nos fretes em 2022.
Dados Nacionais
Em todo o Brasil, o volume de fretes teve aumento de 35% na comparação entre o terceiro trimestre de 2021 e o mesmo período de 2020. As regiões com maiores volumes de fretes foram Sudeste (1.050.531), Sul (608.614) e Centro-Oeste (371.852).
Pela primeira vez, houve uma queda acentuada no volume de fretes em alguns centros de grande importância para a economia brasileira: Mato Grosso do Sul (-16%), devido à baixa na produção do milho; Rio de Janeiro (-12%), pela dificuldade para conseguir insumos e o aumento dos custos das cadeias de produção; e Distrito Federal (-10%), onde houve queda no nível de atividade da construção.
Ouça a rádio de Minas
