Economia

Volume de serviços no Estado avança 2% em fevereiro

Volume de serviços no Estado avança 2% em fevereiro
Novamente, os serviços prestados às famílias tiveram peso favorável para o setor em Minas | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O setor de serviços em Minas Gerais foi o que mais cresceu no País: 2% em fevereiro, segundo o IBGE. O destaque foi novamente para os serviços prestados às famílias, que tiveram um incremento de 26,5%. É um grupo de atividades que inclui hotéis, restaurantes, academias de ginástica e salões de beleza, entre outros, que, não por acaso, foram os que sofreram maior impacto nos momentos mais duros da pandemia.

“Foi o setor que mais sofreu na economia, já que são serviços de caráter presencial e os mais afetados pelas restrições naqueles períodos. E que vem se recuperando de forma crescente, em todos os recortes da entrevista, com os maiores índices no último ano”, explica o analista de Informações do IBGE, Daniel Dutra.

O crescimento em fevereiro do setor de serviços em Minas apontou um recuo de 1,9% em janeiro, frente a dezembro. “Ao crescer 2,0% em fevereiro, empata a partida, consolidando a alternância de resultados positivos e negativos”, aponta Dutra. Nos últimos 12 meses, foram seis taxas positivas e seis negativas na comparação com o mês imediatamente anterior e, nos últimos seis meses, foram três taxas negativas e três positivas”, informa.

O saldo desses seis meses ficou em 1,1%, ligeiramente positivo e muito próximo da estabilidade, configurando um setor de serviços mais estacionário nos últimos seis meses. Já em 12 meses, o avanço foi de 6,8%, devido às altas taxas positivas de maio e junho de 2021. Na época, o crescimento foi impulsionado mais uma vez pelos serviços prestados às famílias, principalmente de hotéis e restaurantes.

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Retomada

O destaque para Minas Gerais vai além do melhor resultado em relação ao mês anterior. A pesquisa mostra que a retomada, de maneira geral, foi expressiva. Aqui, o setor de serviços ficou 13,1% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e está operando 3,9% abaixo do pico da série, registrado em setembro de 2013.

É o que atesta a supervisora do Salão de Beleza Vera de Oliveira Coiffure, Lucineia Cruz da Silva. Um dos maiores estabelecimentos do setor no vetor Norte de Belo Horizonte, o salão tem unidades em Pedro Leopoldo e Lagoa Santa e atendia cerca de 600 clientes por mês antes de fechar em março de 2020, no início da pandemia.

“Tudo voltou ao normal. Se não me engano, nós até já ultrapassamos este número”, diz a supervisora, garantindo que, ainda assim, todos os cuidados contra o vírus estão sendo mantidos, como uso de máscaras, álcool, distanciamento e horário marcado.

Além do crescimento nos serviços prestados às famílias, também foi destacado pela pesquisa o setor de serviços profissionais e administrativos (21,7%), que inclui contabilidade, advogados, publicidade, agências de viagens, entre outros.

A categoria “Outros serviços” apresentou o maior recuo (– 34,1%), mantendo a tendência de baixa dos últimos meses. Essa categoria inclui atividades diversas como imobiliárias, manutenção de veículos, reparação de equipamentos eletrônicos, serviços financeiros, entre outros.

No total, considerando todas as atividades que compõem o setor de serviços, o aumento foi de 8,1%, na comparação com o mesmo mês de 2021. No acumulado de 12 meses, todas as cinco atividades avançaram, com destaque para serviços prestados às famílias (25,1%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (20,6%). 

Comparativo

Enquanto Minas cresceu 2%, o Brasil, no mesmo período, mostrou um recuo de 0,2%. Regionalmente, 13 das 27 unidades federativas (UFs) apresentaram retração. Destaque para a maior influência negativa vinda de São Paulo (-0,5%), seguido por Distrito Federal (-3,4%) e Santa Catarina (-2,0%).

Na comparação com igual mês do ano anterior, 24 dos 27 estados apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (8,4%), seguido por Minas Gerais (8,1%) e Rio Grande do Sul (14,4%). Em contrapartida, Rondônia (-3,9%) e Distrito Federal (-0,1%) assinalaram os resultados negativos do mês.

A variação acumulada no ano (janeiro a fevereiro) demonstra que 26 das 27 UFs apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (10,3%), seguido por Minas Gerais (7,2%) e Rio Grande do Sul (12,8%). Em sentido oposto, Distrito Federal (-0,9%) apontou o único resultado negativo.

Na variação acumulada nos últimos 12 meses, a alta no volume de serviços no Brasil (13,0%) se deu também nas 27 UFs, que apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (13,8%), seguido por Minas Gerais (14,5%) e Rio Grande do Sul (15,9%).

No cenário nacional, queda foi de 0,2%

Rio de Janeiro – Em um novo sinal de perda de fôlego, o volume do setor de serviços no Brasil recuou 0,2% em fevereiro, na comparação com janeiro, informou ontem o IBGE. É a segunda retração em sequência. Com isso, o setor acumulou perda de 2% nos dois primeiros meses de 2022.

“Nas últimas sete informações, ou seja, desde agosto de 2021, há cinco taxas negativas e apenas duas positivas. Isso confere menor ritmo ao setor de serviços”, disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

Mesmo com o novo recuo, o segmento ainda está 5,4% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

O setor de serviços envolve uma grande variedade de negócios no país. Vai de bares, restaurantes e hotéis a instituições financeiras, empresas de tecnologia e de transportes.

A divulgação de ontem é a primeira após o IBGE atualizar o modelo de ajuste sazonal da pesquisa. Conforme o instituto, o procedimento é padrão em levantamentos do tipo e busca aprimorar as informações investigadas.

Houve uma forte revisão no volume de serviços em janeiro. O resultado do mês, estimado inicialmente em recuo de 0,1%, passou para contração de 1,8%.

“Não se sabe se (o ajuste) é pela troca de modelo ou se a própria entrada da informação de fevereiro provocou essa revisão mais forte. Não dá para distinguir isso”, ponderou Lobo.

Atividades

A baixa de 0,2% em fevereiro foi acompanhada por duas das cinco atividades de serviços analisadas pelo IBGE. Os serviços de informação e comunicação recuaram 1,2%, respondendo pela principal influência negativa no mês. Enquanto isso, o ramo de outros serviços caiu 0,9%.

Fevereiro marcou a terceira baixa consecutiva dos serviços de informação e comunicação. Ao longo da pandemia, foi justamente essa atividade que puxou a recuperação do setor como um todo, destacou Lobo.

Conforme o pesquisador, os serviços de informação e comunicação tiveram estímulos com a corrida de empresas por digitalização em meio a medidas de isolamento social.

Agora, a atividade dá indícios de redução de ritmo. Mesmo assim, os serviços de informação e comunicação permanecem acima do pré-pandemia, em patamar 8,6% superior ao de fevereiro de 2020.

“A perda de fôlego nesse segmento é determinante para entender a perda de fôlego do setor como um todo”, indicou Lobo.

No sentido oposto, transportes, armazenagem e correio (2%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) avançaram em fevereiro.

Já os serviços prestados às famílias tiveram uma leve variação positiva de 0,1%. Esse ramo sofreu um duro golpe com a chegada da pandemia, já que reúne empresas dependentes do contato direto com clientes. Bares, restaurantes e hotéis fazem parte da lista.

Em janeiro, o segmento dos serviços prestados às famílias havia recuado 1%, interrompendo uma sequência de nove taxas positivas. A atividade ainda está 14,1% abaixo do pré-pandemia.

Na visão de analistas, a recuperação do ramo é ameaçada por variáveis como inflação persistente, renda frágil e juros elevados. (Folhapress)

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