Volume de serviços prestados avança 0,5% no Estado

O setor de serviços em Minas Gerais apresentou, em agosto, um avanço de 0,5% frente a julho de 2021, na série com ajuste sazonal, mesmo patamar alcançado pela média brasileira. Esta é a quarta taxa positiva consecutiva registrada pelo Estado, que, no acumulado do ano, teve a segunda maior contribuição (16,7%) para o resultado nacional. Atividades prestadas às famílias e transportes de passageiros e mercadorias têm puxado o desempenho.
Os dados são da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam ainda que, na comparação com igual mês do ano anterior, Minas Gerais apresentou aumento de 19,7% no volume de serviços. Esse resultado corresponde a nona taxa positiva consecutiva e foi a segunda maior contribuição dentre as unidades da federação.
De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, os serviços já estão em níveis superiores aos registrados no período pré-pandemia tanto em Minas quanto no Brasil. No caso do Estado, as operações já estão 14,6% acima do apurado em fevereiro do ano passado. No País, o nível é 4,6% maior.
Já em relação às atividades, ele ressalta que há disseminação de taxas positivas entre os cinco setores avaliados pelo instituto. Na comparação com agosto de 2020, as variações foram de 26,6% nos serviços prestados às famílias, de 23,7% nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, de 21,5% nos serviços profissionais, administrativos e complementares, de 9,9% nos serviços de informação e comunicação e de 28,9% em outros serviços.
E no acumulado do ano os destaques ficaram por conta dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (27,2%) e dos serviços profissionais, administrativos e complementares (15,3%).
“Em uma leitura de longo prazo, depois do período mais agudo da pandemia no ano passado, tanto Minas quanto Brasil traçam trajetórias de recuperação no que diz respeito aos serviços de caráter presencial. O mesmo é observado nos serviços de transporte de passageiros e cargas”, explica Lobo.
O economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, por sua vez, chama atenção para a base fraca de comparação dos resultados. Segundo ele, embora na série com ajuste sazonal os números também estejam positivos, em relação ao exercício anterior é preciso considerar a baixa ou nula atividade, em função das restrições de funcionamento das atividades consideradas não essenciais.
O especialista pondera que existe uma contribuição do momento econômico, que vem apresentando melhor desempenho por algumas condicionantes e que tem alavancado a prestação de serviços tanto para as famílias quanto para as empresas. Mas alerta que esse processo de crescimento pode vir a ser afetado nos próximos meses, principalmente em função da deterioração do orçamento familiar e encarecimento do crédito.
“Isso preocupa. O próprio mercado já vem prevendo crescimentos menores em 2022 e 2023. No início deste ano a expectativa era maior, mas com o aumento da inflação e da taxa básica de juros (Selic) esses indicadores estão caindo. Este contexto pode desacelerar a economia e implicar em menor geração de emprego e renda, provocando mais atraso na recuperação econômica do País”, alerta.
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